1 de Agosto de 2016 às 08:51

Bancários reivindicam 14,78% de reajuste salarial e defendem emprego

Conferência Nacional

Jaílton Garcia/ Contraf-CUT

A Conferência Nacional dos Bancários definiu, em plenária final realizada nesse domingo (31) estratégias de luta da categoria para o próximo período e aprovou a pauta de reivindicações da Campanha Nacional 2016. Os representantes dos bancários e bancárias de todo o país também definiram os eixos para a organização e mobilização contra a retirada de direitos trabalhistas, previdenciários e defesa da democracia. Reunidos, desde sexta-feira (29), no hotel Holiday Inn, em São Paulo, a Conferência contou com a participação de 633 delegados, sendo 233 mulheres e 400 homens, além de 34 observadores e 51 convidados.

Os eixos centrais da Campanha são: reajuste de 14,78%, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, defesa do emprego, combate às metas abusivas e ao assédio moral, fim da terceirização, defesa das empresas públicas e contra a perda de direitos.

A pauta de reivindicações será entregue aos bancos no dia 9 de agosto. Durante a Conferência Nacional, os bancários analisaram a atual conjuntura econômica e política, com vários ataques aos direitos dos trabalhadores.

O presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, Roberto von der Osten, afirmou que diante deste cenário, a negociação com os banqueiros tende a ser ainda mais dura, mas que os trabalhadores estão prontos para a luta. “Com o fim da 18ª Conferência Nacional dos Bancários, temos uma minuta unificada que nós vamos apresentar para os banqueiros, defender com determinação e fazer uma grande Campanha Nacional rumo à inflação mais o ganho real que nossa categoria merece. Vamos também defender nossos direitos, a democracia e lutar contra a terceirização e qualquer tipo de retirada de direitos. Nenhum direito a menos, foi o que decidimos nesses três dias".

"Os bancários estão mobilizados para uma campanha forte e vamos nos unir com trabalhadores de outras categorias que fazem campanha no segundo semestre. Aprovamos um manifesto contra a retirada de direitos dos trabalhadores, contra a Reforma da Previdência, o congelamento dos gastos com saúde e educação, em defesa do Pre-Sal, e contra o PL da terceirização", disse Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma  das coordenadoras do Comando. "Somos milhões em todo o Brasil e haverá uma grande mobilização caso avancem contra conquistas históricas dos trabalhadores", concluiu.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, Edvaldo Franco Barros, participou da Conferência ao lado de outros 5 delegados da entidade sindical. “Não há motivos para que os bancos não atendam não apenas nossas reivindicações econômicas, como também questões como emprego, condições de trabalho e segurança. Diante dos números apresentados, temos condições de fazer uma campanha vitoriosa, com aumento real e maior participação nos lucros. E temos de mostrar para a sociedade que precisamos mais contratações para oferecer um serviço de melhor qualidade”.

Paridade de Gênero

Os bancários e bancárias aprovaram o indicativo de paridade de gênero para a próxima Conferência Nacional, com linha de corte 30%. A orientação visa o empoderamento das mulheres no setor. As bancárias ainda que representem metade da categoria e sejam mais escolarizadas, permanecem sendo discriminadas pelos bancos na sua remuneração, recebendo, em média,  26,3% a menos que os homens, conforme levantamento do Dieese.

Principais reivindicações aprovadas na Conferência


Reajuste salarial: 14,78% (incluindo reposição da inflação mais 5% de aumento real) 

PLR: 3 salários mais R$8.317,90

Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Fonte: Rede Nacional de Comunicação dos Bancários

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