1 de Junho de 2017 às 09:54

Em defesa dos bancos públicos, sindicatos e deputado promovem audiência pública

Bancos Públicos

 

Uma audiência pública em defesa dos bancos públicos será realizada em Campo Grande, no dia 20 de junho, na Assembleia Legislativa. Uma reunião para definir os detalhes desta audiência aconteceu nessa quarta-feira (dia 31) entre os propositores da audiência: o deputado estadual João Grandão e os representantes dos Sindicatos dos Bancários de Campo Grande-MS e Região e de Dourados-MS e Região.

 

Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, Edvaldo Barros, o governo de Temer vem impondo ataques as empresas públicas, como os bancos, com a intenção de enfraquecê-las e, assim, poder colocar em prática a privatização. “É preciso que as entidades representativas e toda a sociedade se mobilizem contra esses ataques. Essas instituições públicas são imprescindíveis para o desenvolvimento do país. Esse é o momento, todos precisam participar”, comentou.

 

O deputado estadual João Grandão disse que a intenção da audiência é alertar toda a sociedade sobre a importância do papel social dos bancos públicos, que são necessários para viabilizar políticas econômicas e sociais de governos e para financiar setores e segmentos específicos. “Não podemos permitir que esse governo golpista interfira nas empresas públicas. O Banco do Brasil, por exemplo, cumpre papel diferenciado para quem mais precisa, como os agricultores familiares. Precisamos na verdade a valorização desses bancos”, ressaltou o deputado.

 

  
O presidente do SEEB-CG, Edvaldo Barros, e o deputado estadual João Grandão

 

A mesma opinião é compartilhada pelo vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados-MS e Região, Carlos Alberto Longo. Ele ressaltou o papel social da Caixa, que com os recursos do Fundo de Garantia financia obras de saneamento e infraestrutura no país, além de fomentar a habitação e a construção civil. “Com o enfraquecimento e a privatização dos bancos, vai ter um efeito dominó em toda a sociedade, como o comércio e a economia como um todo que serão afetados, além do desemprego e, até mesmo, os estudantes que poderão perder os financiamentos estudantis. O reflexo será em toda a sociedade”, completou.

 

Banco do Brasil e Caixa

Bancos públicos são fundamentais porque têm funções que vão além da busca do lucro. Mas essas instituições estão na mira do governo Federal, que vem enfraquecendo a função pública dessas empresas.

 

Desde a chegada de Michel Temer à presidência, medidas tomadas pelas direções dos bancos públicos já causam efeitos diretos na vida dos trabalhadores. Na Caixa e no BB, reestruturações e programas de desligamento voluntário intensificaram a falta de bancários nas agências e a sobrecarga de trabalho. Além disso, o fechamento de agências mostra a intenção do governo de diminuir o papel destes bancos, que são fundamentais para a execução de políticas sociais e para o desenvolvimento do Brasil.

 

Segundo o secretário de Finanças do SEEB-CG e funcionário da Caixa, Moisés Graciliano Arguello, muitos trabalhadores saíram com o PDVE e a Caixa não está repondo essas pessoas. “Colegas que continuam na Caixa estão adoecendo com a sobrecarga de trabalho e a cobrança de metas abusivas. Todos estão trabalhando no limite e a população fica à mercê deste atendimento com estresses e filas. É preciso discutir o assunto e tomar medidas imediatas, porque daqui a pouco ficará inviável trabalhar na Caixa. Não podemos deixar que acabem com uma empresa 100% pública, que existe, principalmente, para ajudar no desenvolvimento do país”.

 

No Banco do Brasil, o cenário também é o mesmo. A afirmação é da secretária de Administração do SEEB-CG e funcionário do BB, Luciana Rodrigues. Desde o final do ano passado, o banco já fechou diversas unidades no país, inclusive em Mato Grosso do Sul, afetando os bancários e os clientes. Luciana citou a cidade de Rio Negro que tem apenas um Posto de Atendimento do Banco do Brasil e que recentemente foi alvo de ladrões. “Com esses assaltos, os bancos estão também aproveitando a situação e fechando as unidades. Com isso, a população fica sem agência bancária e os trabalhadores dessas unidades precisam ser deslocados para outra base de trabalho. É um prejuízo imensurável para todos”, afirmou Luciana.

 

 
Os diretores do SEEB-CG: Moisés Graciliano e Luciana Rodrigues

 

Audiência Pública

A audiência em defesa dos bancos públicos será no dia 20 de junho, a partir das 17h30, na Assembleia Legislativa. Serão convidados as entidades sindicais, associações e federações que têm trabalhadores envolvidos ou que serão prejudicados com a privatização.

 

O assessor parlamentar do deputado João Grandão, Ricardo Duailibi, disse que, no final da audiência pública, serão retirados encaminhamentos e também uma nota de repúdio contra o desmonte dos bancos públicos.  

 

 
O assessor parlamentar, Ricardo Duailibi, e o vice-presidente do SEEB-Dourados, Carlos Alberto Longo

 

Por: Assessoria de Comunicação do SEEB-CG

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