2 de Maio de 2025 às 11:37
Dia do Trabalhador
Neste 1º de Maio, Dia d@s Trabalhador@s, o Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região reforça a urgência de medidas concretas para proteger a saúde e os direitos da categoria. Sob o mote “Saúde é prioridade. Emprego é direito. Juntos na luta!”, a entidade chama atenção para o impacto das demissões promovidas pelos bancos, que têm levado à sobrecarga e ao adoecimento dos bancários.
“Os bancos seguem lucrando como nunca, mas ao mesmo tempo continuam demitindo. Quem permanece nas agências está sobrecarregado, sem condições adequadas de trabalho e adoece física e mentalmente. Isso é inaceitável”, afirma a presidenta do sindicato, Neide Rodrigues.
Os três maiores bancos privados do país, Itaú, Bradesco e Santander, lucraram em 2024 R$ 74,8 bilhões, 31% mais do que em 2023. No entanto, o setor bancário eliminou 6.198 postos de trabalho em 2024, segundo dados da Pesquisa do Emprego Bancário elaborada pelo Dieese com base no Novo Caged. “Os bancos batem recordes consecutivos de lucro e rentabilidade. E, mesmo com lucros que crescem sem parar, demitem seus funcionários, num total descaso com os trabalhadores, suas famílias e as consequências sociais e econômicas para o país”, avalia Neide.
Para se ter uma ideia, as doenças mentais e comportamentais representaram, em 2024, 55,9% dos afastamentos acidentários na categoria e 51,8% do total de afastamentos previdenciários. Questões como alta carga de trabalho, metas abusivas e assédio moral contribuem para uma rotina estressante, impactando diretamente a saúde da categoria.
“É muito preocupante que tantos colegas bancários estejam adoecendo em decorrência da rotina exaustiva de trabalho. Por isso, nós, do sindicato, enfrentamos uma luta diária pensando na saúde de toda a categoria, combatendo o assédio e cobranças abusivas no ambiente de trabalho”, afirma a presidenta.
A dirigente sindical destaca que a luta pela manutenção e criação de postos de trabalho é essencial para garantir um atendimento de qualidade à população e preservar a saúde dos trabalhadores. “Neste 1º de Maio, nosso grito é por respeito. Exigimos que os bancos parem com as demissões e reconheçam o valor de quem constrói diariamente seus lucros: os bancários e bancárias”, destaca.
O Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região também se une na defesa de pautas nacionais da classe trabalhadora, entre elas, a redução da jornada de trabalho sem redução salarial; o fim da escala 6 x 1; a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação dos super-ricos.
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O 1º de Maio também convida a refletir sobre as inúmeras conquistas que a categoria bancária alcançou ao longo de sua história. Vale alimentação, vale transporte, 13º salário, jornada de trabalho de seis horas, participação nos lucros e resultados (PLR), licença maternidade, licença paternidade e tantas outras conquistas só existem por causa da mobilização dos trabalhadores.
“Cada direito, cada avanço nas condições de trabalho, cada vitória salarial foi fruto da união, da organização e da intensa luta dos bancários e bancárias. Somos a única categoria com uma Convenção Coletiva de Trabalho nacional. É fundamental reconhecer que somente a mobilização coletiva torna possível superar desafios e construir um futuro mais justo para todos”, disse a presidente.
Confira algumas das conquistas após a assinatura, em 1992, da Convenção Coletiva de Trabalho, que garantiu à categoria os mesmos salários e os mesmos direitos em todo o território nacional:
1992 – Assinatura da primeira Convenção Coletiva de Trabalho válida para todo o país;
1994 – Conquista do vale-alimentação;
1995 – Bancários são a primeira categoria a conquistar a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em Convenção Coletiva de Trabalho;
1997 – Luta conquista a complementação salarial para bancários afastados por doença ou acidentes e a verba de requalificação profissional na demissão;
2000 – Inclusão na CCT da cláusula sobre igualdade de oportunidades;
2003 – Primeira campanha salarial unificada da categoria bancária com a inclusão dos bancários do BB e da Caixa. Após greve, trabalhadores dos bancos públicos conquistam a mesma PLR dos bancos privados;
2004 – Conquista, com a greve de 30 dias, de aumento acima da inflação, o que se repetiu por 12 anos seguidos;
2006 – Pela primeira vez, BB e Caixa assinam a Convenção Coletiva de Trabalho com os demais bancos. Implantação de grupo de trabalho para debater assédio moral;
2007 – Conquista da 13ª cesta-alimentação e do valor adicional à Participação nos Lucros e Resultados;
2009 – Licença-maternidade de 180 dias. Mudança no modelo de cálculo e melhorias da PLR adicional. Extensão de direitos aos casais homoafetivos;
2010 – Instrumento de combate ao assédio moral e a valorização do piso salarial. Na segurança ficou assegurado: a obrigatoriedade do registro de BO, a divulgação de estatística semestral do setor, a garantia de transferência do bancário de agência em caso de sequestro e atendimento psicológico no pós-assalto;
2011 – Valorização do piso salarial e da PLR. Proibição da publicação do ranking de performance no cumprimento de metas, usado para pressionar e assediar os trabalhadores. Na segurança, ficou proibido o transporte de valores por bancários;
2012 – Afastados por problemas de saúde, que ficam sem o salário e sem o benefício do INSS enquanto aguardam perícia ou devido à alta programada, passam a ter sua remuneração mantida. Conquista do segundo Censo da Diversidade (o primeiro foi realizado em 2008) com o objetivo de averiguar as condições de mulheres, negros e PCDs nas empresas. Os dados foram colhidos e divulgados em 2014;
2013 – Conquista do abono-assiduidade, que garante o direito a folgar um dia durante o ano. O combate ao assédio moral é ampliado com a proibição de envio de mensagens aos celulares dos funcionários para a cobrança de metas. Foi conquistada a não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados por doença ocupacional;
2014 – Aumento real para os salários; bancos passam a custear exames de CPA-10 e CPA-20 exigidos pelas instituições financeiras, se o bancário for aprovado. Mulheres que forem demitidas e engravidarem durante o aviso prévio proporcional serão readmitidas. Cláusula específica para combater as metas abusivas;
2015 – Mais um ano consecutivo de aumento salarial acima da inflação, além de reajuste ainda maior para vales refeição, alimentação e 13ª cesta. Combate ao assédio moral e às metas abusivas segue com a conquista de uma nova cláusula que trata de ajustes na gestão das instituições de modo a reduzir as causas de adoecimento;
2016/2017 – Pela primeira vez, os bancários fecharam acordo válido por dois anos, que se mostrou extremamente importante diante da aprovação da reforma trabalhista, que acabou com a validade dos acordos coletivos até sua renovação. Conquista da licença paternidade de 20 dias;
2018/2019 – Parcelamento do adiantamento das férias e a realização de novo censo da diversidade, para avançar na promoção da igualdade de oportunidades nos bancos para mulheres, negros e PCDs;
2020/2021 – Conquista do Programa de prevenção à violência doméstica e familiar contra bancárias: A empregada que for vítima de violência doméstica poderá pedir alteração de regime de trabalho; solicitar a realocação para outra dependência; e linha de crédito ou financiamento especial;
2022/2024 – Conquista da Cláusula de combate ao assédio sexual e regulamentação do teletrabalho.
2024/2026 - Aumento real; inovações em dez temas sociais que ampliam a CCT em cerca de 50 novas cláusulas; bolsas de curso para capacitar mulheres, pessoas trans e PCDs em programação, para aumentar a representatividade feminina no setor tecnológico; compromisso com a igualdade salarial entre gêneros; reforço no combate ao assédio moral, sexual e outras formas de violência no trabalho.
Por: Comunicação do SEEBCG-MS
Link: https://seebcgms.org.br/noticias-gerais/1o-de-maio-sindicato-dos-bancarios-cobra-fim-das-demissoes-e-condicoes-dignas-de-trabalho/