15 de Abril de 2009 às 09:54

2º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro

Contraf começa congresso de 2009 com 328 delegados e 21 estrangeiros

São Paulo - Começou na manhã desta terça-feira, dia 14, em São Paulo, o 2º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, com a participação de 328 delegados de todo o Brasil além de 21 delegados estrangeiros, representando 12 países das Américas (Argentina, Paraguai, Chile, Estados Unidos, Costa Rica, Uruguai, Panamá e México) e Europa (Portugal, Itália, Espanha e Suíça).

A mesa de abertura contou com a presença de todas as centrais sindicais que possuem representação de bancários.

Avançar juntos - O presidente da CUT, Artur Henrique, afirmou que os bancários têm muito a ensinar ao movimento sindical pelo trabalho feito para estender sua representatividade. "Organização forte e enraizada, que tenha um trabalho de base junto ao local de trabalho. Este é um dos princípios de criação do movimento sindical, e os bancários têm muito a ensinar nisso", finaliza. Artur disse também que é preciso criar uma unidade de toda classe trabalhadora para enfrentar a crise, em busca do emprego, da renda e fortalecimento do mercado interno. 

Os representantes das demais centrais também destacaram o momento vivido pela categoria, por conta da crise econômica mundial, e a importância da abertura para a participação de entidades de todas as tendências no congresso da Contraf/CUT. "Foi uma mudança muito importante. A Confederação deve ser de todos os trabalhadores do ramo financeiro", disse Edson Carneiro, da Intersindical.

"Temos que ter uma barreira: contra ataques do lado de lá, nós devemos estar unidos do lado de cá", defendeu Dirceu Travesso, do Conlutas. Em sua fala, Rubens Romano, da UGT, também ressaltou a importância da unidade na luta dos bancários e Eduardo Navarro, da CTB, lembrou a ação conjunta realizada pelas centrais sindicais no último dia 30 de março como um exemplo de unidade. "Esse ato mostra que a unidade é possível com programas e objetivos claros", disse Navarro.

Debates importantes - O presidente da UNI América, Rubens Cortina, destacou a importância da Contraf/CUT no cenário internacional. "A Contraf é uma luz, uma referência na organização dos trabalhadores bancários do continente. A maioria dos bancários da América Latina está de olho nos brasileiros, o que, se é uma honra, é também uma responsabilidade", disse.

Cortina falou também sobre o debate internacional para a construção de saídas para a crise, ressaltando a importância da participação dos trabalhadores. "Se o movimento sindical não se mobilizar para participar da discussão sobre a crise, a saída será pela direita", advertiu. Lembrando que a ONU já fala em 50 milhões de pessoas perdendo seus empregos, destacou a iniciativa da UNI de levar à reunião do G20, em Londres, uma proposta de criação de um fundo internacional para a proteção do emprego. "O que ficou da reunião em Londres é que a luta continua. Queremos sair da crise com mais participação sindical, mais negociação coletiva, mais direitos", disse.
 
O presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, lembrou que a categoria tem uma história de unidade, com a criação da campanha unificada e da Convenção Coletiva Nacional. "Precisamos ter claro que, na categoria bancária, temos apenas um inimigo, que são os patrões e governos que tentam prejudicar o trabalhador", afirmou.

A secretária-geral de São Paulo, Juvândia Moreira, falou da importância de que o Congresso debata a situação das mulheres, que são 49% da categoria, mas ainda sofrem com salários menores e menor reconhecimento. "As mulheres estão em situação difícil e pior do que os homens. Precisamos considerar essa realidade no Congresso, discutindo políticas afirmativas para mudar essa situação no sistema financeiro nacional", disse. "Essa questão também deve estar presente nas discussões da organização sindical. Precisamos construir políticas para que tenhamos mulheres em posições de liderança no movimento, presidindo sindicatos", defendeu.

O deputado federal Ricardo Berzoini fez uma análise sobre o papel dos bancários na construção de saídas para a crise econômica no país. "É uma luta que tem início nos anos 50, quando os bancários começam a debater o sistema financeiro nacional, e continua com a CNB e agora a Contraf/CUT, que têm propostas para o setor. O sistema financeiro não é dos banqueiros, mas um patrimônio da sociedade brasileira para a distribuição de crédito", afirmou (LINK para a análise feita por Berzoini aqui).

Amadurecimento - O discurso final foi do presidente da Contraf/CUT, Vagner Freitas, que encerra seu ciclo à frente da entidade. Emocionado, Vagner lembrou de sua gestão exercida nos últimos seis anos e dos avanços e direcionamento do movimento sindical bancário neste período.

O presidente da Contraf/CUT ressaltou a importância da unidade dos trabalhadores em âmbito global, parabenizando os dirigentes sindicais estrangeiros presentes no 2º Congresso. Vagner ressaltou o amadurecimento do sindicalismo nacional com as experiências junto às entidades internacionais. "Aprendemos muito com a luta dos trabalhadores estrangeiros. Foi então que nos demos conta de que a luta da classe trabalhadora é universal", afirma.

Vagner sugere a unificação do ramo financeiro, com o de serviços e telecomunicações para impedir o barateamento da mão-de-obra e a falta de representatividade dos trabalhadores. "Os lotéricos, por exemplo, que atuam como bancários, não são representados pelo ramo financeiro e nem pelo de serviços", sustenta. "Devemos caminhar para frente e continuar mostrando que a nossa unidade acontece na prática e não no discurso", finaliza.

Rede de Comunicação dos Bancários - 14/04/2009

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