3 de Julho de 2014 às 09:37

Acesso da população a bancos está estagnado desde 2010, aponta BC

PESQUISA

O Banco Central (BC) apresentou nesta quarta-feira (2) uma pesquisa que mostra estagnação no acesso da população ao sistema bancário e queda na posse de cartões de débito e crédito entre 2010 e 2013. De acordo com o levantamento "O brasileiro e sua relação com o dinheiro", o percentual da população que disse ter conta corrente subiu de 51% para 52% nesse período, com variação dentro da margem de erro de 3 pontos percentuais. Aqueles que alegaram possuir conta poupança permaneceram em 42%.

Chama atenção a queda na posse de cartões de crédito e débito. Em 2010, 43% disseram ter cartão de crédito, contra 39% em 2013. Na modalidade débito, o percentual caiu de 43% para 35%. Dentro do esperado, mas contrastando com essa queda no uso do "dinheiro de plástico", aqueles que disseram possuir cheques caíram pela metade, de 14% em 2010 para 7% no ano passado.

Essa redução na população que diz ter acesso a cartões de débito e crédito contrasta com outra pesquisa do BC sobre meios de pagamento, que mostra crescimento expressivo nos volumes de recursos movimentados nessas modalidades. Como exemplo, o faturamento dos mercados de cartões de crédito e de débito atingiu R$ 534 bilhões e R$ 293 bilhões, respectivamente, em 2013, o que significa crescimento de 14,7% e 23,4% em relação a 2012.

O BC também perguntou ao comércio sobre os meios em que recebe pagamentos. O dinheiro segue líder - mas, também contrastando com a queda na posse do instrumento pela população, o recebimento com cartões de crédito e débito subiu expressivamente entre 2010 e 2012. Os pagamentos via cartão de crédito avançaram de 58% para 67%, enquanto os feitos por cartão de débito subiram de 55% para 69%. Já o cheque manteve-se em 27%, mesmo com uma queda pela metade na posse desse meio de pagamento.

Mesmo com pouco avanço na bancarização, caiu o percentual da população que diz receber seu salário em espécie, de 55% em 2010 para 51% no ano passado. Segundo o BC, o pagamento em dinheiro prevalece entre os mais jovens e menos favorecidos. O recebimento em depósito e saque em caixa eletrônico variou dentro da margem, de 30% para 29%.

O dinheiro vivo continua sendo a forma de pagamento mais utilizada pela população, com 100% das respostas à pergunta: "Das formas de pagamento que estão neste cartão quais você costuma utilizar para pagar suas contas e/ou fazer compras?". Cartão de crédito oscilou na margem, de 38% em 2010 para 39% em 2013, o uso do carão de débito subiu de 32% para 35%. Chama atenção o crescimento do débito automático e da transferência eletrônica, com avanço de 5% para 11%. Cheque continuou em 7%.

Ainda de acordo com o BC, em um mês típico, são gastos, em média, R$ 807,93 e 59% são pagos em dinheiro. Comparado com os dados de 2010, verifica-se um recuo considerável da participação do cartão no pagamento de contas e compras, com percentual cedendo de 20% para 15%.

A pesquisa foi realizada entre abril e maio de 2013. Foram 1.012 entrevistas em todas as 26 capitai s e o Distrito Federal. O público entrevistado tem predomínio de mulheres, com média de 40 anos de idade. A grande maioria tem ensino fundamental e médio de escolaridade. A maior parcela pertence à classe C (49%) e mais da metade (52%) tem renda familiar mensal de até três salários mínimos.

Na pesquisa feita junta ao comércio, foram realizadas 1.008 entrevistas, com maior participação da região Sudeste e regiões metropolitanas.

Fonte: Valor Econômico

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