18 de Janeiro de 2010 às 09:50

Ao contrário do Brasil, assaltos a bancos são bastante raros na Espanha

Os assaltos a bancos são raros na Espanha, avaliou na última sexta-feira, dia 15, o Secretario de Salud Laboral das Comisiones Obreras (CC. OO.) do Banco Santander da Comfia, Angel Bravo Fernandez, durante encontro com a Contraf-CUT, em Madri, um dia após a reunião promovida pela UNI Finanças. A informação contrasta com a realidade brasileira, onde os números de ocorrências assustem e aumentam o risco a que diariamente estão expostos bancários, vigilantes e clientes.


Angel, acompanhado do Secretário General da Comfia, Miguel Periañez, recebeu a visita do secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr. Também esteve presente a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenadora da Rede Sindical do Santander da UNI Américas, Rita Berlofa.


Segundo Angel, os casos de "atracos" a bancos caíram drasticamente após a mudança na legislação espanhola, na década de 80, como forma de prevenção aos grupos terroristas que roubavam bancos para financiar suas ações. Cada agência, chamada na Espanha de oficina, é obrigada a manter um sistema individualizado de segurança, sob forma retangular, com portas automáticas, detectores de metais e uma câmera de filmagem com monitoramento externo. Assim cada pessoa que entra na unidade é filmada.


Nas agências não existe sala de autoatendimento, mas apenas uma área de recuo depois da calçada com armários, onde os clientes podem guardar objetos pessoais, com chaves individuais, a exemplo de algumas unidades no Brasil.


As agências possuem ainda várias câmeras de filmagem, localizadas em locais de circulação de clientes e outras instaladas em pontos escondidos, igualmente monitoradas em ambiente externo.


Existem poucos caixas eletrônicos, geralmente um ou dois por agência, mas só podem ser acessados pelas calçadas e são abastecidos internamente. "Uma de nossas preocupações é acabar com os casos de assaltos a clientes", disse Angel.


Conforme o representante da Comfia, as agências em geral não possuem vigilantes, pois não há previsão legal. Havia vidros blindados em todas as unidades, mas, com a queda da violência, os mesmos foram retirados pelos bancos e quase não existem mais.


A exemplo do Brasil, o transporte de valores é feito através de carros-fortes, explicou Angel, mas sem ocorrência de assaltos. Não é utilizado o sistema de furgões blindados para levar malotes com jato de tinta para manchar o dinheiro em caso de roubo. Atualmente, o horário de atendimento ao público é das 8h30 às 14h30.


Os casos de seqüestros, de acordo com Angel, também são reduzidos, apesar do procedimento arcaico de forçar os bancários a as chaves do cofre e das agências para casas. Ademir explicou que no Brasil alguns bancos, como a Caixa Econômica Federal, estão contratando empresas especializadas em segurança para abrir e fechar suas agências, o que praticamente eliminou os seqüestros.


Ademir considerou importante conhecer a experiência espanhola. "Chama a atenção a força da legislação para reduzir os ataques a bancos e trazer mais segurança para trabalhadores e clientes", comentou o dirigente sindical. "Trata-se, no entanto, de uma experiência que precisa ser analisada levando em conta a situação de violência da sociedade espanhola, bem diferente da realidade do Brasil", observou o dirigente da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT

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