31 de Agosto de 2017 às 10:40

Atos em São Paulo reforçam que a vida de todos vai piorar sem bancos públicos

Bancos Públicos

SEEB/São Paulo

Representantes dos trabalhadores deflagraram atos simultâneos na região metropolitana de São Paulo na quarta-feira 30 para reforçar à população que sem os bancos públicos o preço dos alimentos vai aumentar, o sonho da casa própria e de um diploma universitário serão inviabilizados, o setor produtivo terá mais dificuldades para abrir novas vagas de emprego. Resumindo, a vida de todos será pior sem o financiamento público no desenvolvimento. A mensagem se faz necessária diante dos ataques que a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, BNDES e demais bancos públicos vêm sofrendo do governo Temer.

Os protestos integram a campanha nacional dos bancários, na qual um dos eixos é a defesa dos bancos públicos, e foram realizados em frente à prefeitura de São Paulo, nos bairros paulistanos Vila Clementino, Campo Limpo, Lapa e Penha, e no município de Embu das Artes.

“O papel dos bancos públicos é fundamental no financiamento da indústria nacional, na aquisição da casa própria, na agricultura familiar e na melhoria da infraestrutura” reforça a presidenta do Sindicato de São Paulo, Ivone Silva, acrescentando que somente os bancos públicos aumentaram sua participação no crédito, passando de 36% para 56% do total concedido entre 2008 e 2016. "Os bancos privados, por outro lado, tiveram redução de 3% no saldo de crédito nos últimos dois anos. Atualmente, o Banco do Brasil representa 19,6% do total de crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN) e 58,4% de crédito no agronegócio", informa.

Durante os protestos, dirigentes sindicais fizeram reuniões em agências da Caixa e do BB alertando os bancários sobre os riscos que pairam sobre as condições de trabalho nessas instituições. Eles também coletaram assinaturas da população em defesa dos bancos públicos e distribuíram material informativo sobre a importância dessas empresas para a sociedade e o país.

A prefeitura de São Paulo foi escolhida como um dos palcos do protesto em razão de declarações recentes do prefeito de São Paulo (e provável candidato a presidente) de que, se dependesse dele, privatizaria o BB ou a Caixa. A Vila Clementino foi outro local designado porque uma agência da Caixa localizada no bairro será fechada já em setembro – o movimento sindical apurou que a direção do banco pretende fechar mais de 100 unidades em todo o país.

Em 2015, a Caixa foi responsável por cerca de 70% do crédito para compra da casa própria e, junto com o Banco do Brasil, financiou mais de 2,2 milhões de bolsas de estudo em universidades particulares.

O Banco do Brasil, junto com o Banco do Nordeste (outro banco público) são os dois maiores ofertantes de crédito via Programa Nacional de Fortalecimento à Agricultura Familiar (Pronaf), que cobra taxa de juros de 2,5% a 5,5% ao ano. Sem o Pronaf, o agricultor teria de pagar 70% de taxa de juros ao ano. A agricultura familiar produz 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros.

Encolhimento – A informação apurada pelo movimento sindical de que a direção da Caixa pretende encerrar as atividades de 122 agências consideradas deficitárias soma-se ao fechamento de mais de 400 unidades do Banco do Brasil e a eliminação de milhares de postos de trabalho em ambos os bancos, por meio de programas de demissão voluntária. No Banco do Brasil foram cortados 10 mil vagas de trabalho.

Na Caixa foram outras 4,7 mil, mas o governo está forçando a demissão de mais 5 mil empregados por meio da reabertura do Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE).

Ainda na Caixa, uma reestruturação iniciada em julho está reduzindo o número de empregados e de funções nos departamentos responsáveis pela administração de programas sociais, crédito imobiliário e FGTS.

“A Caixa administra e paga diversos benefícios sociais, algo impossível de ser calculado pela lógica de mercado, portanto não podemos aceitar que a direção do banco determine a viabilidade das agências de acordo com o retorno financeiro. É um trabalho mais profundo de desenvolvimento social que a população precisa defender a todo custo sob o risco de ter a sua condição de vida deteriorada”, alerta Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa). “O fechamento de agências representa não só um ataque à população, mas também à economia local, porque grande parte dos benefícios acaba sendo gasto na região onde as agências estão situadas”, acrescenta o dirigente.

O BNDES é outro banco público que sofre ataques do governo Temer. No final do ano passado, o governo federal determinou o repasse ao Tesouro Nacional de R$ 100 bilhões que estavam destinados a fomentar o setor produtivo. Além disso, a Câmara dos Deputados aprovou, na quinta-feira 24, Medida Provisória que acaba com a taxa de juros subsidiada concedida pela instituição.

O movimento sindical bancário costura o apoio de prefeituras e câmaras de vereadores na campanha de defesa dos bancos públicos.

“Estamos reforçando não só aos bancários e à população, mas também aos seus representantes eleitos que o enfraquecimento do investimento público no desenvolvimento social não interessa a ninguém a não ser aos bancos privados, que terão ainda menos concorrência em um setor já extremamente concentrado e que poderão cobrar juros ainda mais caros da população e do setor público”, alerta João Fukunaga, representante de São Paulo na Comissão de Empresa dos funcionários do Banco do Brasil. “Estamos denunciando que a diminuição dos bancos públicos representará a piora da economia dos municípios e da condição de vida dos seus cidadãos”, acrescenta o dirigente.

Fonte: SEEB/São Paulo

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