20 de Abril de 2009 às 09:42
Contraf-CUT realiza na próxima sexta-feira, dia 24, às 10 horas, reunião conjunta e ampliada das Comissões de Organização dos Empregados (COEs) do Santander e Real para intensificar a luta pela melhoria da PLR. A reunião ocorre no Auditório Amarelo, do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Na rodada que concluiu o processo de negociação dos aditivos à convenção coletiva, os dirigentes sindicais cobraram o pagamento de uma diferença de PLR. "O balanço publicado não correspondeu às expectativas anunciadas pelo próprio banco", afirma o funcionário do Santander e novo secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
O presidente do Santander e do Real, Fábio Barbosa, chegou a divulgar que o Brasil foi responsável por 20% dos 8,9 bilhões de euros do lucro global do banco. Isso daria um resultado de cerca de R$ 5,33 bilhões. Já o presidente mundial do Santander, Emilio Botin, alardeou, em 31 de outubro, quando veio acompanhar a Fórmula 1, que o lucro no Brasil seria de R$ 4,8 bilhões.
Entretanto, o lucro oficial foi de R$ 2,75 bilhões, uma brusca involução nos últimos dois meses de 2008 em torno de R$ 2 bilhões. Na prática, um banco mais um banco é igual a um, pois o balanço derreteu um banco.
Com isso, os trabalhadores receberam apenas a regra básica da PLR. Já os acionistas, conforme notas do balanço, receberam dividendos sem prejuízos. "Exigimos a melhoria da PLR, como forma de valorizar o empenho e a dedicação dos funcionários", destaca Ademir.
Lucro cresce 7% no primeiro trimestre
O lucro do Santander cresceu 7,12% no primeiro trimestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2008 e atingiu a marca de R$ 416,4 milhões, de acordo com os jornais Valor econômico e DCI. Os dados ainda não incluem os resultados do Real.
O balanço aponta também que a intermediação financeira, o chamado spread, está em alta no Santander. A receita adquirida com a prática subiu 6,42% em relação ao mesmo período do ano passado, rendendo um total de R$ 1,3 bilhão.
As despesas com pessoal, por outro lado, não se alteraram, somando pouco mais do que R$ 450 milhões. A carteira de crédito subiu de R$ 49,9 bilhões para R$ 50,1 bilhões.
"Crise, que crise? Esse resultado novamente comprova que o banco está devendo aos seus funcionários melhor participação dos lucros (PLR). E vamos cobrar", avisa o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e presidente da Afubesp, Paulo Salvador.
Santander extingue Real dia 30
O Santander Brasil informou, em comunicado, que celebrou ontem instrumento para incorporação do Real, o qual será submetido à apreciação dos respectivos acionistas nas Assembleias Gerais Extraordinárias (AGE) dos bancos a serem realizadas no próximo dia 30.
O objetivo da medida, segundo o banco, é consolidar os investimentos do conglomerado econômico e financeiro Santander no País, com o fortalecimento da sua estrutura operacional e organizacional e a unificação das suas atividades.
Para o Santander, a incorporação do Banco Real representa uma etapa fundamental do processo de reestruturação societária das empresas integrantes do grupo espanhol no Brasil e, uma vez aprovada, permitirá a conclusão do plano de integrações operacional, administrativa e tecnológica que vem sendo implementado desde a aquisição do controle do Banco Real, em julho do ano passado, e a incorporação das ações de emissão do Banco Real pelo Santander, em agosto de 2008.
Ainda segundo o Santander, a incorporação permitirá ainda a integração dos negócios e atividades bancárias em uma única instituição financeira para todos os fins comerciais, financeiros e jurídicos; além da redução de custos administrativos e a racionalização e simplificação da estrutura societária do Grupo Santander Brasil.
No processo, o Banco Santander receberá, pelo seu valor contábil, a totalidade dos bens, direitos e obrigações do Banco Real, apurado em laudo de avaliação elaborado por empresa especializada, com base no balanço patrimonial auditado do Banco Real no fim do primeiro trimestre deste ano. Uma vez aprovada a incorporação, o Banco Real será extinto e sucedido pelo Banco Santander em todos os seus direitos e obrigações.
Fonte: Seeb São Paulo e Agência Estado
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