12 de Julho de 2019 às 08:33
Reforma da Previdência
Divulgação
Mais um dia tenebroso entra para a história do país como o da retirada de direitos previdenciários dos trabalhadores brasileiros, que começam a dar adeus à sua aposentadoria. Por 379 votos a 131, a Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (10) o texto base da reforma da Previdência, segundo relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). Agora, o projeto vai à votação em segundo turno e depois segue para o Senado.
A reforma, cheia de maldades e contra a população mais pobre, segue com suas exigências cruéis: idades mínimas para se requerer a aposentadoria de 65 anos para homens e 62, para mulheres. Também altera o cálculo do valor da aposentadoria a ser recebida: o piso do benefício será de 60% da média de todas as contribuições feitas pelo trabalhador. Para se aposentar com o valor integral, será preciso ter acumulado 40 anos de contribuições.
Com o discurso mentiroso de “reduzir desigualdades”, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) saudou o “protagonismo” do Legislativo e ainda concluiu que o texto aprovado não é o “dos sonhos” de nenhum parlamentar.
Do vigilante ao policial, passando por professores e demais categorias, até pensão por morte, de um salário mínimo, foi banida. A casta da elite, com seu discurso de se sentir envergonhada com um salário líquido de R$ 19 mil reais não se sentiu nem um pouco preocupada com descontos e diminuições de benefícios, pois onde a corda aperta mesmo é para a população mais pobre, visto que 82% da conta será paga pelo Regime Geral da Previdência.
Quebrando as regras do regime interno da casa, Rodrigo Maia proibiu manifestação por parte da oposição, de faixas e placas e se defendeu dizendo que está atuando para que as normas sejam seguidas à risca.
Poucos brasileiros se deram conta que a PEC da Reforma da Previdência apresentada pelo governo de Jair Bolsonaro foi aprovada, como um rolo compressor, através de recursos oferecidos aos deputados, que foram ampliados nas últimas 24 horas e chegaram perto de R$ 3 bilhões. Mais ainda, o Executivo autorizou refinanciamento de dívidas de agricultores – a pedido dos ruralistas. E o ministério da Saúde liberou mais R$ 100 milhões em verbas para o setor em vários municípios.
Para entender melhor o texto aprovado na Câmara dos Deputados, confira abaixo os ataques que um trabalhador que ganha dois salários mínimos R$1.996,00 (ou seja, nenhum privilegiado) vai sofrer.
1 – Deixa de ter direito ao abono do PIS
Hoje de R$ 998,00 ano para quem ganha até dois salários mínimos. Passará a ser para quem ganha até 1.364,43.
2 – No mínimo 65 anos e 40 anos de contribuição para aposentadoria integral.
3 – No mínimo 20 anos de contribuição
Hoje são preciso 15 anos para se aposentar. A maioria da classe trabalhadora não consegue contribuir 20 anos.
4 – Mudança no cálculo do salário médio
Hoje, é feita sobre 80% dos maiores salários. Com a Reforma, vai ser feita sobre todos os salários, rebaixando de 10% a 18% esse valor.
5 – Muda o cálculo pela segunda vez
Se contribuir 20 anos, você vai receber 60% do salário médio e não 85%, como é hoje.
6 – Redução da pensão por morte
O valor passará para 60% da aposentadoria, mais 10% por dependente. Se o beneficiário e seus filhos não tiverem renda, o piso é o salário mínimo. Se tiver outra renda ou um dos filhos trabalharem, a pensão pode ir abaixo do mínimo.
Em suma, os cálculos apontam que ninguém se aposentará com totalidade de proventos.
Fonte: Contraf-CUT
Link: https://seebcgms.org.br/noticias-gerais/brasileiros-comecam-a-dar-adeus-a-aposentadoria/