11 de Dezembro de 2023 às 08:28

Campanha por juros baixos segue, com protestos nesta terça (12)

#JurosBaixosJá

Trabalhadores e trabalhadoras voltam a se reunir na próxima terça-feira (12), data do início da última reunião do ano do Comitê de Políticas Monetárias (Copom) do Banco Central (BC), para definir mudanças na taxa básica de juros da economia brasileira (Selic).

“Nossa campanha é por emprego e renda, porque a Selic elevadíssima reflete nas taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras no crédito, o que prejudica o investimento produtivo, atrapalha a economia e encarece a vida de todos nós. Além disso, aumenta a dívida do Estado brasileiro com o pagamento de juros dos títulos da dívida pública”, explica a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Juvandia Moreira.

O movimento #JurosBaixosJá começou em fevereiro. “Na época, a Selic estava sendo mantida em 13,75%, desde agosto de 2022, e seguiu nesse patamar até agosto deste ano. Por isso iniciamos uma intensa pressão nas redes sociais e nas ruas, com materiais didáticos em vídeos para explicar à população o que isso significa: crédito mais caro para as famílias e empresas, travando o crescimento do país e aumentando o endividamento de todos nós”, enfatiza o secretário de Assuntos Econômicos da Contraf-CUT, Walcir Previtale.

A prática, pelo Banco Central, de uma política monetária contracionista (que promove a desaceleração do PIB e do consumo), até agosto passado, também levou a entidade a sofrer pressões de setores da indústria e do governo Federal.

“O problema não é de um banco independente ou ligado ao governo. O problema é que este país tem uma cultura de viver com juros altos, que não combina com a necessidade de crescimento que nós temos”, declarou o presidente Lula em fevereiro ao reforçar que, já naquele momento, não existia justificativa alguma para uma Selic em 13,75%, que somente beneficiava detentores dos títulos da dívida pública, que em sua grande maioria, estão nas mãos dos 10% mais ricos do país

Diante da pressão, que levou até mesmo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a comparecer em audiência ao Senado para justificar a manutenção da Selic em 13,75%, finalmente, em agosto deste ano, o Copom deu início a um ciclo de redução da taxa básica de juros de 0,50% a cada rodada do encontro, que ocorre a cada dois meses.

Na última reunião do comitê, realizado nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, a Selic alcançou o patamar de 12,25%, o menor nível desde março de 2022 mas, ainda assim, capaz de impedir que a economia do país acelere mais rápido.

“Em agosto de 2023, por exemplo, o gasto do Governo Federal com juros da dívida chegou a R$ 689 bilhões em doze meses (quase 20% a mais do que nos doze meses anteriores). Esse valor representa quase 2 vezes o gasto previsto para todo o ano de 2023 com Bolsa Família (R$ 145 bilhões), com a Farmácia Popular (R$ 2 bilhões), Minha Casa Minha Vida (R$ 9,7 bilhões), Educação (R$ 11,2 bilhões) e Saúde (R$ 182,6 bilhões)”, explica a economista da subseção do Dieese na Contraf-CUT, Vivian Machado. “Ou seja, com a redução dos juros o Estado teria um orçamento muito mais justo e equilibrado, beneficiando a economia como um todo e quem realmente precisa: a sociedade e especialmente das famílias que mais dependem de políticas públicas”, completa.

Fonte: Contraf-CUT


 

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