10 de Março de 2022 às 15:38

Com alta de 23%, Campo Grande é a capital com maior aumento da cesta básica em 12 meses

Cesta Básica

Foto: Freepik

Está cada vez mais caro voltar para a casa com a “compra completa”. Em fevereiro, Campo Grande registrou a segunda maior alta nos preços dos alimentos entre as capitais do país, com aumento de 2,78% no valor da cesta básica, conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Já no acumulado dos últimos 12 meses, Campo Grande teve uma alta expressiva de 23% no preço dos alimentos básicos, o que representa o maior aumento entre as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. A cesta básica passou de R$ 551,58, em fevereiro de 2021, para R$ 678,43, em fevereiro de 2022. No ranking entre as capitais, Campo Grande tem a 6ª cesta básica mais cara do país.

Graças à luta do movimento sindical e à união da categoria bancária, os bancários e bancárias recebem auxílio refeição e auxílio alimentação. Contudo, diante das altas consecutivas no preço dos alimentos, a conta do supermercado fica cada vez mais cara e atinge o bolso de todos.

 

“Somos uma das poucas categorias que conquistou reajuste com ganho real, inclusive nos tickets na última Campanha Salarial, mesmo assim, o cenário econômico tem sido cada vez mais favorável aos bancos e empresários, e mais difícil para os trabalhadores que estão gastando mais com necessidades básicas, como a alimentação”, afirma a presidenta do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues.

“Mesmo recorrendo aos auxílios, o bancário está levando os mesmos produtos para casa, com valores muito mais altos. Não há iniciativas do setor privado, nem do poder público para melhorar este cenário. Os aposentados sofrem um prejuízo ainda maior porque não recebem os auxílios”, afirma a economista e supervisora técnica do Escritório Regional do Dieese em Mato Grosso do Sul, Andreia Ferreira.

Desde o início do ano, a cesta básica na capital sul-mato-grossense ficou 5,78% mais cara. Quem ganha um salário mínimo gasta 60,51% do valor com a compra de alimentos.

Por que os alimentos estão tão caros?

A falta de políticas públicas, a alta do dólar, o aumento do preço dos combustíveis e as condições climáticas são alguns dos diversos fatores que podem explicar a alta no preço dos alimentos.

Na avaliação da economista do Dieese, a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), por exemplo, poderia contribuir para a redução de preços de alimentos básicos como arroz, feijão e café.

“Nós já tivemos governos que utilizavam a estrutura da Conab para fazer estoques e, quando o preço aumentava muito, colocava o produto no mercado para equilibrar o preço. O que percebemos agora é um movimento contrário, com o fechamento de armazéns, que começou na gestão de Michel Temer e permanece na atual gestão, e a diminuição da compra e venda para regulação de preços”, explica Andreia Ferreira.

Com a alta do dólar, os produtores priorizam as exportações, o que reduz a oferta de diversos produtos no mercado interno e aumenta o preço dos alimentos. A soja e o milho, por exemplo, são matéria-prima para a ração na indústria de aves, suínos e bovinos.

O combustível mais caro traz impacto para o transporte e isso também chega à gôndola do supermercado. A falta ou excesso de chuva afeta a disponibilidade das culturas, como aconteceu com a batata em fevereiro, item com maior alta em Campo Grande que teve a produção afetada pelo excesso de chuvas.

Maiores altas

Entre os alimentos que registraram as maiores altas em fevereiro estão batata (48,40%), açúcar (7,39%), banana (3,44%), café em pó (2,88%), óleo de soja (2,38%), feijão carioquinha (1,93%), leite de caixinha (1,52%), carne bovina (1,25%) e farinha de trigo (0,17%).

“É o segundo mês consecutivo com alta em pelo menos 10 dos 13 itens da cesta básica. É uma situação absurda e preocupante”, afirma a economista Andreia Ferreira.

O levantamento também aponta queda de preço para a arroz agulhinha (-3,72%), manteiga (-1,51%) e pão francês (-0,15%).

Para uma família composta por quatro pessoas (dois adultos e duas crianças), o custo da cesta básica é de R$ 2.035,29. Até mesmo as substituições estão cada vez mais difíceis.

“A população deixou de comprar carne primeira como patinho, coxão mole e coxão duro e passou para a carne de segunda, que subiu. Depois foi a vez do frango, também ficou caro, e agora a opção é o ovo, que também aumentou. Não tem mais o que cortar”, comenta a economista do Dieese.

Por: Assessoria de Comunicação do SEEBCG-MS

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