11 de Agosto de 2025 às 11:02
Movimento Sindical
A 18ª Conferência Regional da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), realizada de forma virtual neste sábado 9 de agosto, discutiu os principais desafios enfrentados pelos trabalhadores do ramo financeiro (como demissões em massa, fechamento de agências, avanço da inteligência artificial e precarização do trabalho) e aprovou um plano de lutas e uma série de resoluções que serão levadas à 27ª Conferência Nacional dos Bancários, aos encontros nacionais de bancos privados e congressos dos bancos públicos, que acontecerão em São Paulo entre os dias 21 e 24 de agosto.
Além das resoluções sobre saúde e condições de trabalho, defesa do emprego e da ultratividade, intensificação da mobilização para o Plebiscito Popular e para pressionar o Congresso Nacional a aprovar a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil e taxar os super-ricos, os mais de 130 delegados das 13 bases sindicais da Confederação presentes à Conferência também aprovaram um manifesto para a COP 30 sobre Trabalho e Meio Ambiente e uma carta responsabilizando os bancos pelo financiamento da destruição do meio ambiente no país.
E no final referendaram os delegados e delegadas que representarão o Centro-Norte na 27ª Conferência Nacional dos Bancários, no 35º Congresso Nacional dos Funcionários do BB, no 40º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa e nos encontros nacionais dos bancos privados, que serão realizados em São Paulo entre os dias 21 e 24 de agosto.
O presidente da Fetec-CUT/CN, Rodrigo Britto, comemorou o resultado positivo dos debates e das resoluções: “A conferência da nossa federação conseguiu unificar as particularidades regionais das nossas bases sindicais do Centro-Oeste e Norte do país com a pauta macroeconômica em defesa dos direitos, empregos, da saúde e qualidade de vida. Tratamos de assuntos relevantes como a defesa da nossa flora e fauna, nossa preparação rumo à COP 30, nossa soberania nacional, democracia, o estado de direito e a importância de nos qualificar para debater as mudanças no mundo laboral, a implementação da inteligência artificial, a comunicação como instrumento de luta e o Plebiscito Popular como norteador da vontade do povo brasileiro”.
“A participação de cada trabalhador e trabalhadora foi crucial para qualificar a atuação e militância de nossa delegação nos fóruns nacionais do ramo financeiro que ocorrerão no final de agosto, nas manifestações em 7 de setembro e nas plenárias estaduais e nacional da Central Única dos Trabalhadores”, acrescentou Rodrigo.
Saúde e condições de trabalho - Fortalecer a atuação sindical no campo da saúde, agregando dirigentes e militantes, para dar um salto de qualidade na compreensão crítica do sistema financeiro e das formas de gestão que impõe, tendo como subsídios o relatório da consulta, conduzida pela pesquisadora Ana Magnólia, que a Fetec-CUT/CN acabou de fazer com os trabalhadores do ramo financeiro do Centro-Norte. Aumentar o combate ao assédio moral e às metas abusivas.
Em defesa do emprego e contra a precarização do trabalho – Combater as demissões, fechamento de agências, terceirizações fraudulentas nos bancos e a pejotização e lutar pela regulamentação das novas tecnologias, entre elas a Inteligência Artificial.
Garantir direitos e defender a ultratividade – Intensificar campanha pela retomada da ultratividade e preservação dos direitos conquistados pelos trabalhadores nas negociações coletivas. Desenvolver esforços para fortalecer o PL 3015/2025, proposto pela bancária e deputada federal Erika Kokay (PT/DF), que propõe o retorno da ultratividade.
Ampliar a participação no Plebiscito Popular – Intensificar a mobilização dos sindicatos filiados pela participação dos bancários e de toda a classe trabalhadora no Plebiscito Popular que vai até 7 de setembro. Esse é uma importante ferramenta de pressão sobre o Congresso Nacional e de mobilização da classe trabalhadora para discutir com a sociedade duas questões fundamentais hoje: o fim da escala 6x1 (no caso da categoria, redução da jornada preservando os salários) e reforma tributária justa, com isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação das grandes fortunas. Colocar urna física ou QR Code nas sedes dos sindicatos, ruas e praças para facilitar o voto dos trabalhadores no Plebiscito.
Regulamentar a IA – Movimento sindical deve atuar no Congresso Nacional para garantir que o projeto de lei sobre inteligência artificial no Brasil retome os eixos sobre proteção aos trabalhadores.
Rumo à COP 30 em defesa dos trabalhadores – Intensificar a discussão nos sindicatos sobre a importância da participação dos trabalhadores na formulação de propostas para a COP 30 que respeitem os trabalhadores e as populações que vivem nos grandes biomas da nossa região (Amazônia, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica). Que a Fetec, juntamente com as CUTs do Centro-Norte, formulem um projeto de transição justa, com ampla participação dos sindicatos, povos originários e movimentos sociais que vivem na região e sofrem com os impactos da consequência climática seja na saúde, na mobilidade, na educação, na produção e na vida. Fetec-CUT/CN deve articular intensificação de vigilância, pressão e denúncia do sistema financeiro com o desmatamento, veneno nos alimentos e expulsão de populações.
Comunicação sindical na era digital – Necessidade de os sindicatos e dirigentes sindicais se engajarem nas redes sociais para ampliar a comunicação com os trabalhadores. Na mesa que discutiu “Comunicação popular na era das redes sociais”, o publicitário Reginaldo de Oliveira, da assessoria de mídias sociais da Fetec-CUT/CN, fez apresentação sobre comunicação popular na era digital, enfatizando a importância de cada indivíduo produzir conteúdo próprio e atuar como micro influenciador, destacando que a comunicação deve ser horizontal, dialógica e participativa.
Mais de 30 representantes eleitos nas bases dos 13 sindicatos da Federação participaram da 18ª Conferência Regional da Fetec, realizada de forma virtual.
Depois de aprovar o regimento interno, a 18ª Conferência foi aberta com uma saudação de todos os presidentes dos sindicatos filiados: Ivone Colombo (Rondônia), Sebastião Soares (Médio Araguaia), Tatiana Oliveira (Pará), Neide Rodrigues (Campo Grande), Marcelo Lugo (Ponta Porã), Samuel Bastos (Amapá), Janes Estigarribia (Dourados), João Dourado (Mato Grosso), Eduardo Araújo (Brasília), Adauto Andrade (Roraima), Almir Araújo (Rondonópolis), Amarildo Carvalho (Entorno do DF) e Neném Almeida (Acre).
Também estiveram presentes e fizeram saudações as representantes eleitas dos trabalhadores no Conselho de Administração do Banco do Brasil e da Caixa, respectivamente Selma Siqueira e Fabiana Proscholdt.
Houve ainda na conferência mesas de exposição e discussão da situação da categoria, com a presidenta da Contraf-CUT, análise de conjuntura nacional e internacional com o ex-ministro Ricardo Berzoini, as novas tecnologias e a configuração do sistema financeiro hoje com palestra do economista do Dieese Gustavo Cavarzan, além de informes sobre os preparativos para a COP 30 por parte do Coletivo de Meio Ambiente da Federação, coordenado por Vera Paoloni.
Por: Fetec-CUT/CN
Link: https://seebcgms.org.br/noticias-gerais/conferencia-da-fetec-aprova-plano-de-lutas-e-propostas-que-o-centro-norte-apresentara-nos-encontros-nacionais/