17 de Janeiro de 2008 às 11:19

Crise faz Citibank mudar estratégia no Brasil

A crise de crédito nos EUA deve levar o Citigroup a rever sua estratégia para países emergentes, incluindo o Brasil. O banco deve se desfazer de participações não-financeiras ou de pouco valor estratégico e focar sua atuação no crédito em países de maior potencial de expansão, como o Brasil.

Com a urgência de fazer caixa para manter sua capacidade de emprestar, o Citi decidiu vender no Brasil uma participação de 6,11% na Redecard, administradora de cartões, por meio de oferta pública de ações, em que poderá levantar cerca de R$ 1,1 bilhão. Mesmo com a venda, ficará com 17,8% da empresa e pode vender o restante, que valeria mais R$ 3,2 bilhões.

O Citi também negocia a venda de sua participação na Solpart --holding controladora da Brasil Telecom, avaliada em R$ 2,5 bilhões. Pelo acordo negociado com a Oi (ex-Telemar), o Citi deixará a telefonia no país.

Apesar da venda de participações não-estratégicas, o Brasil e demais emergentes de rápido crescimento ganharam importância política dentro do Citigroup com a ascensão do indiano Vikram Pandit, que assumiu o comando do grupo em meio à crise imobiliária nos EUA. A injeção de capital dos fundos soberanos de Abu Dhabi, Kuait, Coréia do Sul e Cingapura também deu mais poder aos emergentes no grupo.

Maior credor do Brasil nos anos 80, o Citibank vive hoje um dilema no país: crescer ou perder a escala mínima para operar no varejo, que fica cada dia mais competitivo. A exemplo do que aconteceu em 2006 com o BankBoston, que vendeu suas operações para o Itaú, a crise pode levar o Citi a deixar o país, segundo analistas.

"Não acredito que o Citi possa deixar o Brasil. Apesar de nunca ter feito aquisições, o Brasil é mais importante no grupo do que o México, onde comprou o banco Banamex", disse Vitoria Saddi, da consultoria americana RGE Monitor.

No Brasil, o banco opera no azul mesmo com a crise. O Citi foca o varejo de alta renda. Tem 400 mil clientes, 120 agências e emprega cerca de 7.000 funcionários no país, que não deverão escapar dos cortes.

No atacado, o Citibank segue firme como um dos líderes no financiamento de empresas e de comércio exterior. O Citi coordena a privatização da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), avaliada em cerca de R$ 5 bilhões. 

Folha de S. Paulo
 

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