22 de Agosto de 2025 às 07:39

Em abertura dos congressos, bancários reforçam defesa dos bancos públicos e da soberania nacional

Movimento Sindical

Ocorreu nesta quinta-feira, 21 de agosto, em São Paulo, a abertura solene conjunta do 35º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB) e do 40º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef). Participaram também representantes dos trabalhadores do Banco do Nordeste do Brasil e do Banco da Amazônia, que já realizaram os seus congressos.

Na sua fala, a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidente da CUT, Juvandia Moreira, fez um importante reforço à luta pela soberania nacional, ressaltando que o enfrentamento aos ataques dos Estados Unidos, por meio de Donald Trump, não depende só das ações do governo Lula, mas da unidade do movimento sindical bancário.

"Este é um momento de reafirmar essa unidade, que não é só dos bancários e das bancárias, é de toda a classe trabalhadora. Por isso, abrimos o nosso congresso reafirmando nosso compromisso inegociável com o povo brasileiro, na defesa dos bancos públicos, das empresas públicas, na defesa da Democracia, na defesa de nossa soberania", continuou a dirigente.

Juvandia observou ainda a importância de não esquecer da história recente, diante da luta que a classe trabalhadora precisa travar no agora. "Vivemos um golpe que resultou no impeachment da presidenta Dilma, vivemos um governo fascista, resultado desse golpe. E, a partir disso, sofremos reformas trabalhistas, ataques aos direitos da classe trabalhadora, com a terceirização irrestrita, pjotização, que resultaram no enfraquecimento da previdência pública, além da própria reforma que a previdência sofreu. Perdemos ainda patrimônio público, com vendas de BR Distribuidora, Eletrobras, Sabesp (com prejuízo de R$ 4 bilhões)", resumiu a dirigente.

Juvandia observou que o tema escolhido para os congressos e a conferência, relacionado ao futuro, não foi por acaso. "Estamos em um momento decisivo, não à toa escolhemos falar de futuro, porque o futuro é o que estamos fazendo agora".

Assim, Juvandia prosseguiu ressaltando o papel da categoria para a reeleição de Lula em 2026, como um fator necessário para hoje e para o futuro. "O que seria do Brasil, agora, com os ataques de Trump, se não tivéssemos Lula como presidente?", refletiu.

A presidenta a Contraf-CUT também reforçou a importância de a categoria continuar fortalecendo as pautas pela reforma tributária, para que os super ricos, com renda superior a R$ 50 mil por mês, paguem mais impostos, tirando a sobrecarga da população. "Por isso, vamos seguir ampliando a divulgação do Plebiscito Popular. Se depender de boa parte do congresso, eles não vão impedir a cobrança do andar de cima. Não trabalham, como deveriam, para a população que os elegeu, mas para o mercado, o mesmo que diz que o governo é gastão, porque investe em políticas sociais. Mas isso não é ser um Estado gastão. O que o mercado não fala é que o Brasil já abriu mão de R$ 800 bilhões de reais [com juros do título da dívida pública, por causa da elevada Selic], dinheiro que daria para fazer vários bolsas famílias, resolver a saúde pública e a educação, acabar com a miséria no Brasil", pontuou Juvandia.

Todos juntos da defesa do Brasil soberano

“Muito já falaram sobre os desafios e as lutas que temos nos próximos dias, por conta do cenário internacional e da crise do capitalismo. A ganância do capitalismo parte sempre para cima dos mais fracos, seja em relação ao capital humano, com as guerras, seja na interferência do imperialismo norte-americano, com ataques à nossa soberania, seja com ataques às instituições que deveriam atuar pelo interesse coletivo, no caso os bancos públicos. Essas importantes instituições financeiras, em momentos como esses, são atacadas de diversas formas. Durante estes dias de Congresso, temos a missão de debater qual o papel atual dos bancos públicos, como vamos defender os bancários dessas instituições públicas e como será a defesa de toda a classe trabalhadora no cenário atual”, alertou Rodrigo Lopes Britto, presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec Centro-Norte).

35º CNFBB

Na sua intervenção, Fernanda Lopes, coordenadora da CEBB (Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil), citou os ataques recentes de parlamentares da extrema-direita contra o Banco do Brasil.

“Quando atacam o Banco do Brasil, não estão atacando apenas a gestão, mas o governo e a população, pois o BB é uma ferramenta de fomento social. Também é preciso lembrar do ataque à Previ. A direita questiona a capacidade dos trabalhadores de ocupar esses espaços, mas nós somos totalmente capacitados para cuidar do nosso dinheiro. Fico muito feliz em chegar aqui e ver que a unidade resiste. Podem continuar nos atacando, mas estaremos sempre juntos, resistindo, por nós e por toda a classe trabalhadora. Eu tenho certeza de que sairemos muito melhor do que chegamos hoje”, enfatizou.

A programação do 35º CNFBB segue, na sexta (22), com as mesas de debates Análise de Conjuntura e o Papel do Banco do Brasil; Previ: O Papel dos Associados na Gestão dos Fundos de Pensão; Saúde e as Negociações do Custeio da Cassi; além da plenária final.

40º Conecef

O coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Felipe Pacheco, iniciou sua fala citando a importância da Caixa para o Brasil e para os brasileiros. “A Caixa é um instrumento muito importante na questão das políticas públicas. É um instrumento de redução das desigualdades, tanto sociais quanto regionais. Temos muito orgulho.”

O dirigente também citou duas grandes lutas enfrentadas pelos empregados da Caixa: o Saúde Caixa e a transformação digital pela qual o banco está passando.

“Temos dois grandes assuntos este ano. A questão do Saúde Caixa, com a nossa proposta de reajuste zero, na qual temos que estar engajados; e a transformação digital, com o banco passando por um processo de fechamento de agências. É fundamental que a Caixa esteja engajada no atendimento da população. Queremos, no futuro, uma Caixa solidária e humana. Viva os trabalhadores da Caixa e viva todos os bancos públicos”, concluiu Felipe Pacheco.

O presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, relembrou a greve histórica de 1985, quando os empregados da Caixa passaram a ser reconhecidos como pertencentes à categoria bancária e, com isso, garantiram direitos importantes.“Há 40 anos, realizávamos o 1º Conecef, quando os trabalhadores da Caixa deliberaram por uma paralisação de 24 horas. A greve, que aconteceu 10 dias depois, paralisou unidades da Caixa de todo o país. Foi por causa dessa greve que conquistamos a jornada das seis horas, o direito à sindicalização e o reconhecimento como bancários”, relembrou o presidente da Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa Econômica Federal, Sérgio Takemoto. “Foi nessa época que entendemos que o único caminho para conquistar nossos direitos era a unidade da categoria. E a história demonstrou que estávamos corretos. Graças à unidade que conseguimos manter a Caixa pública e vamos precisar dessa união hoje também para defender a Caixa, nossos direitos, nossa previdência e nosso plano de saúde. A categoria bancária, não somente os empregados da Caixa, espera que a gente saia daqui fortes para, em 2026, defender a democracia e um país mais justo e solidário. Teremos grandes desafios na votação do próximo ano. Sem Lula, não teremos democracia, nem um país livre e soberano. Temos de estar unidos para defender nosso país e nossos direitos”, reforçou.

Os trabalhos do 40º Conecef começaram antes mesmo da abertura solene conjunta. Durante a tarde desta quinta-feira (21) foi realizada a leitura e votação do regimento interno do 40º Conecef; a leitura do manifesto da Contraf-CUT de tolerância zero para casos de violência e assédio; e os delegados que representam os empregados da Caixa realizaram debates em grupos sobre Saúde Caixa, Funcef, Condições de Trabalho e Defesa da Caixa 100% Pública.

Na sexta-feira (22), a programação segue com as mesas de debates sobre Saúde Caixa, Saúde e Condições de Trabalho; Inteligência Artificial, Bancos Digitais e Futuro da Caixa; Funcef e Defesa da Caixa 100% Pública; além da plenária final.  

Por: Contraf com alterações da Comunicação do SEEBCG


 

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