11 de Fevereiro de 2025 às 12:25
Imprensa
Nesta terça-feira, dia 11, Neide Rodrigues, presidenta do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, concedeu entrevista ao Grupo Feitosa onde abordou diversos temas relevantes sobre a realidade dos bancários e clientes do setor. Entre os destaques, a redução drástica de bancários e postos de atendimento, a dificuldade em manter os direitos dos trabalhadores e a precarização do trabalho.
A entrevista também abordou a questão da saúde mental dos bancários, em especial o impacto das metas abusivas e do assédio moral. “O que acontece hoje é um absurdo: se você faz 50% ou 100% da meta, ela dobra no dia seguinte. Com isso, ao final do mês, o bancário está totalmente estressado e adoecido. O número de bancários afastados por problemas psicológicos é muito grande e temos provado ao banco que esse adoecimento é resultado das metas que eles estão impondo aos trabalhadores".
Outro ponto importante foi a questão das agências bancárias e a necessidade do atendimento presencial, principalmente para os clientes mais vulneráveis aos golpes. “O banco é uma concessão pública e, por isso, precisa dar essa satisfação para a sociedade de um bom atendimento, de ter um número suficiente de trabalhadores para esse atendimento, para que os clientes resolvam as suas questões”, destacou Neide.
Ela alertou sobre os riscos da digitalização excessiva dos serviços bancários, especialmente para idosos e pessoas com menos familiaridade com tecnologia. “Talvez se tivesse tido mais atendimento presencial, não haveria tantos golpes”, afirmou, ressaltando o aumento dos casos de fraudes financeiras.
Neide também comentou sobre as paralisações realizadas pelo sindicato contra medidas propostas aos trabalhadores, como a tentativa do Itaú de impor um acordo coletivo desfavorável, onde propõe que o sindicato valide a jornada de trabalho dos bancários. “Absurdo o sindicato validar as horas extras dos trabalhadores! O que o banco quer com isso? Evitar que ele tenha qualquer tipo de ação na justiça em relação a horas extras. Se o bancário já concordou, se o banco validou, por que o sindicato tem que validar? Porque, com a validação do sindicato, dificilmente o bancário vai ganhar uma ação na justiça, já que tem o aval da entidade que os representa. Esse é o ponto com o qual não concordamos”, disse.
Por fim, a presidenta do sindicato abordou a questão dos juros altos e seus impactos na economia, e a necessidade de novas contratações, principalmente nos bancos públicos.
Assista à entrevista na íntegra:
Link: https://seebcgms.org.br/noticias-gerais/em-entrevista-neide-rodrigues-aborda-desafios-da-categoria-bancaria-em-2025/