20 de Março de 2025 às 13:57
Economia
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
A elevação de 1 ponto percentual da taxa Selic (juros básicos da economia) recebeu críticas do setor produtivo. Segundo entidades da indústria, do comércio e centrais sindicais, os juros de 14,25% ao ano, no maior nível em quase dez anos, prejudicam a recuperação da economia e ameaçam o emprego e o consumo.
Em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) considerou que a decisão aumenta o aperto financeiro sobre a população.
“Há anos o Brasil mantém uma taxa básica de juros abusiva e que, além de influenciar nas altas taxas de juros de todo o sistema bancário, somente beneficia um pequeno grupo de rentistas. A última queda na Selic foi em maio do ano passado, que já estava num nível absurdo, de 10,50%”, destacou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.
A CUT disse que segue em campanha permanente pela redução da taxa de juros realizando atos de protesto em todo o Brasil por considerar esse aumento danoso para o país e para a classe trabalhadora.
"As sistemáticas elevações da taxa Selic resultam em maior aumento do custo do serviço da dívida pública, pressionando as contas do governo federal e limitando seu espaço fiscal para investimentos em infraestrutura e políticas sociais. Além disso, desestimula o investimento produtivo e canaliza os capitais nacionais e estrangeiros para a especulação financeira, impactando negativamente a geração de emprego, trabalho decente, renda e poder de compra, em especial de alimentos. Aumentar os juros em um cenário de inflação de oferta pode desacelerar ainda mais a economia, reduzindo o consumo e o investimento sem resolver a causa raiz da inflação. É necessário e urgente dar um basta na elevação da taxa Selic, iniciando gradualmente a sua redução, retomando com força o armazenamento de estoques reguladores, para enfrentar as sazonalidades e fazer frente às manobras de especuladores em sua incessante e insana busca por lucratividade e maiores dividendos, em prejuízo dos que mais precisam", ressaltou a nota da CUT. Clique aqui e leia a nota da CUT na íntegra.
Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) destacou que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) não tem outros efeitos além de prejudicar a economia. Segundo a entidade, a taxa alta desconsiderou a queda do dólar e da cotação do petróleo no mercado internacional, fatores que ajudam a segurar a inflação.
“Outros fatores vão contribuir para a redução da inflação e, por isso, não poderiam ter sido desconsiderados pelo Banco Central em sua decisão, avalia a CNI. Um deles seria a valorização cambial. O dólar, que fechou 2024 a R$ 6,19, passou a R$ 5,68, em 18 de março de 2025."
O segundo é a queda no preço do petróleo, com o valor do barril Brent caindo de US$ 85, em outubro de 2024, para aproximadamente US$ 70, em março de 2025, destacou a CNI.
Com informações da Agência Brasil
Link: https://seebcgms.org.br/noticias-gerais/entidades-sindicais-criticam-aumento-dos-juros/