5 de Dezembro de 2008 às 11:31
Segundo levantamento da Bloomberg, as demissões, que tinham perdido um pouco de força no terceiro trimestre ante os três meses anteriores, voltaram a ganhar intensidade a partir de outubro. Desde o começo deste trimestre foram 65 mil reduções, 26,3 mil mais nos três meses anteriores -de abril a junho, os cortes chegaram a 52,3 mil.
A maior parte dos cortes está concentrada nos Estados Unidos, origem da crise e onde o Citigroup anunciou recentemente 52 mil demissões. Quase dois terços dos cortes de postos de trabalho neste ano ficaram concentrados no país, com 111,3 mil demissões de funcionários.
Mas as reduções de vagas vêm ganhando força na Europa. Das perdas registradas desde outubro no mundo, os cortes no continente representam 44,4%. No terceiro trimestre, as reduções na Europa eram 36,7%. Os EUA passaram de 63%, no terceiro trimestre, para 51,9%, a partir de outubro.
A crise financeira global ganhou intensidade a partir de 15 de setembro, com a concordata do Lehman Brothers, que era então o quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos.
Um dos exemplos de como a crise ganhou intensidade na Europa foi o anúncio ontem do Credit Suisse de que pretende demitir 5.300 funcionários, ou 11% da sua força de trabalho. O segundo maior banco suíço afirmou que já perdeu US$ 2,5 bilhões desde outubro. A maioria das demissões deve ocorrer na divisão de investimento, especialmente nos EUA.
No Brasil, o Credit Suisse disse que não será afetado pelas demissões anunciadas pela matriz. Desde setembro, quando pioraram os mercados, o banco demitiu em São Paulo pelo menos 27 funcionários, segundo o Sindicato dos Bancários (CUT).
Já o banco japonês Nomura Holdings, que comprou o braço europeu do Lehman Brothers, vai demitir mil no Reino Unido.
Folha de São Paulo
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