14 de Julho de 2025 às 08:16
Movimento Sindical
O movimento sindical bancário foi às ruas em diversas cidades do país, nos atos organizados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras entidades que compõem a Frente Brasil Popular e o Povo sem Medo para pedir o fim da escala 6 dias de trabalho 1 de descanso, a taxação dos super ricos e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
“A desigualdade reina em nosso país e nós temos que, cada vez mais, lutar pra acabar com essa desigualdade, com a miséria e com a fome, com os privilégios dos super ricos, com aqueles do mercado financeiro que ganham dinheiro com a exploração do povo brasileiro, que estão mamando nas tetas do orçamento público, que têm mais de R$ 800 bilhões de isenção e que são contra a isenção do Imposto de Renda pra quem ganha até R$ 5 mil”, destacou a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT Nacional, Juvandia Moreira, que participou da manifestação que ocorreu na Av. Paulista, na capital de São Paulo.
De última hora um outro tema entrou na pauta de reivindicações: a defesa da soberania do Brasil e do povo brasileiro, diante dos ataques do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após estabelecer uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para aquele país.
Os manifestantes também deram um recado claro à família Bolsonaro, depois da fala do senador Flávio Bolsonaro de que a anistia "ampla, geral e irrestrita", aos investigados pelos atentados de 8 de janeiro, seria passo inicial para negociar com os EUA a retirada de tarifas.
“O Brasil é um país importante e nós temos que defender o Brasil, defender a nossa democracia. Sem anistia, sem perdão para golpista, porque golpista tem que estar na cadeia”, completou Juvanda Moreira, durante seu discurso.
As manifestações pela taxação dos super ricos, fim da escala 6x1 e pela soberania, com a participação do movimento sindical bancário, ocorreram também em Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), Curitiba (PR), Brasília (DF), Aracaju (SE), Dourados (MS) e Porto Alegre (RS).
Um estudo da Oxfam Brasil, organização britânica de combate à desigualdade, revela que os pobres pagam, proporcionalmente, três vezes mais impostos que os 0,15% mais ricos da população brasileira (e que concentram R$ 1,1 trilhão em renda no país).
Desde meados de março, tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 1.087/2025, de autoria do governo federal, para que pessoas com renda mensal de até R$ 5 mil tenham isenção total e pessoas com renda de até R$ 7 mil isenção parcial do Imposto de Renda. Caso seja aprovado, estima-se que 10 milhões de brasileiros serão somados à atual faixa de contribuintes isentos do IR. O governo também afirma que o PL ampliará para 90% o percentual de contribuintes isentos e com descontos parciais no IR.
Para compensar a perda de receitas com o aumento de isentos e dos que terão descontos no IR, o governo propõe um imposto mínimo de até 10% para quem ganha mais de R$ 50 mil/mês (ou 600 mil/ano) - o que atingiria somente 141,1 mil brasileiros ou 0,13% dos contribuintes. Mas é justamente por causa deste ponto, sobre o aumento aos mais ricos, que a proposta passou a sofrer resistência no Congresso.
Como forma de atacar o PL, grupos têm utilizado a grande imprensa e redes sociais para propagar que o aumento de impostos para os mais ricos irá prejudicar a economia. Mas análises apontam exatamente o contrário, ou seja, que a economia será beneficiada, porque a população afetada pela isenção ou desconto no imposto de renda terá mais dinheiro no bolso. Uma nota técnica publicada pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira, da Câmara dos Deputados, estima um impulsionamento de, pelo menos, R$10 bilhões no consumo agregado, isso no curto prazo.
Por: Contraf
Link: https://seebcgms.org.br/noticias-gerais/manifestacao-para-taxar-super-ricos-transforma-se-em-ato-pela-soberania-do-pais/