3 de Março de 2009 às 09:28
da Efe, em Londres
O economista e prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus defendeu em Londres uma nova ordem financeira internacional "baseada na confiança e no altruísmo" como forma de resolver muitos dos problemas da crise global, embora ela tenha nascido justamente em créditos arriscados.
Em nota publicada nesta segunda-feira, Yunus propôs um sistema bancário mais "inclusivo", baseado em microcréditos e "negócios de tipo social", em uma conferência pronunciada neste domingo (1º) na Royal Geographical Society.
Yunus é fundador do chamado banco Grameen, que levou microfinanças a mais de sete milhões de pessoas, oferecendo créditos sem aval para transformar as vidas das mulheres pobres em Bangladesh.
Até o momento, o banco concedeu créditos no valor de mais de US$ 7 bilhões e recebeu de volta 99% do dinheiro emprestado.
Em sua conferência inaugural dos prêmios Ashden, Yunus disse que "as crises financeira, ecológica e alimentícia estão interrelacionadas e têm como causa o egoísmo".
"É preciso aproveitar esta oportunidade para criar um sistema financeiro alternativo baseado na confiança e o altruísmo", disse o prêmio Nobel.
"Os pobres sofrem um 'apartheid' financeiro. Representam até dois terços da população mundial, mas estão atualmente excluídos do sistema. O assunto não é se os pobres são dignos de crédito, mas se os bancos são dignos do povo", afirmou.
A crise das hipotecas, origem do colapso financeiro, ocorreu, no entanto, a partir de um crescimento de 8% para 20% em créditos habitacionais para pessoas de baixa renda nos EUA, especialmente de fundos que operavam com garantias estatais, sob condição de aumentarem este tipo de empréstimo.
Fonte: EFE
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