28 de Maio de 2012 às 11:01

Presidente da Contraf diz que bancos têm margem para reduzir ainda mais as taxas de juros

Carlão palestra sobre redução de juros e desenvolvimento

A política de redução de juros determinada pela presidenta Dilma Rousseff é o momento de a sociedade se mobilizar e exigir ainda mais cortes nas taxas. A recomendação é do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Alberto Cordeiro (Carlão), citando que o spread dos bancos, mesmo com as recentes medidas é alto, salientando que apenas com a cobrança de taxas arrecadam o equivalente ao pagamento de duas folhas de pagamento por mês.


 

A palestra de Carlão, promovida sexta-feira 25 pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Campo Grande-MS e Região (SeebCG-MS), reuniu sindicalistas de diversos ramos, bancários, alunos do curso de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e lideranças políticas. O presidente da Contraf-CUT elogiou a iniciativa do SeebCG-MS, ressaltando que já havia visitado a entidade em anos anteriores e que somente agora percebeu um grau de mobilização e atividade mais intensas.

 



Em seu discurso, Carlão alertou que a economia brasileira não pode mais conviver com as maiores taxas de juros do mundo. Sugeriu a criação de comitê popular permanente para discutir e preparar a Conferência Nacional do Sistema Financeiro. Sugeriu a produção de cartilhas que expliquem de forma didática, à população, a importância da redução das taxas de juros para o desenvolvimento do país, além de despertar a cidadania para o papel social do dinheiro e do sistema financeiro.
 


Ressaltou o papel dos bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) como instrumentos reguladores da relação com os bancos privados, que sinalizaram mais ainda resistem em reduzir as taxas de juros. Destacou a coragem da presidenta Dilma de ir à televisão, no último 1º de Maio, e criticar publicamente os bancos pelas práticas de juros abusivos contra a sociedade brasileira. “Temos um momento ímpar para discutir o papel social do sistema financeiro e a redução de juros como indutores do desenvolvimento, pois até o momento experimentamos apenas crescimento econômico”, detalhou.
 

 

O dirigente alertou para a precarização das condições de trabalho e salário com a expansão dos correspondentes bancários, denunciou a manipulação contábil dos bancos que aumentam a quantidade de clientes em situação de risco para maquiar os lucros e reduzir o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Cobrou uma intervenção mais dura do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra a fusão que reduz o número de empregos nos bancos e a competitividade do setor e o aumento das tarifas para compensar as perdas de arrecadação nos juros.


 

No plano político, Carlão frisou a importância de se expandir as cooperativas de créditos e de promover a reforma do sistema financeiro e a reforma tributária, pois a carga tributária deve sair do tributo indireto, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e taxar o lucro, além das grandes fortunas. “No Brasil o trabalhador brasileiro tem que pagar anualmente o IPVA [Imposto sobre Veículos Automotores), enquanto iate e helicóptero são isentos de impostos”.

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