23 de Novembro de 2007 às 10:14

Reunião em São Paulo discute emprego e condições de trabalho

Foi realizada nesta quinta-feira (22 de novembro) em São Paulo/SP a 3ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais, reunindo trabalhadores do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Espanha, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai, representando bancos que possuem atuação nesses países – Santander, BBVA, HSBC, ABN Amro, Itaú, Unibanco e Banco do Brasil. O encontro, segundo a Contraf/CUT, enfocou o emprego e condições de trabalho nas instituições bancárias.

 

O presidente da confederação, Vagner Freitas, que também preside a UNI Américas, ressaltou a necessidade de interação dos trabalhadores de diversos países, incluindo a Europa. “Não precisamos de solidariedade, mas sim trabalhar juntos e enfrentar as multinacionais no Brasil e no mundo”, ponderou, ao destacar também a necessidade de incentivar a participação dos jovens e de renovar o movimento sindical mundial.

 

O presidente da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah, também falou da necessidade de unidade, dando como exemplo os bancários, que, segundo ele, ocorrerão todos os esforços para que haja uma mesa única de negociação com os banqueiros na campanha salarial do próximo ano.

 

Márcio Monzane, da UNI Américas, citou o pioneirismo dos bancários em se organizar em redes, o que agora vem sendo feito por outras categorias e proporciona intercâmbio de trabalhadores de vários países para tornar possível ações sindicais conjuntas.

 

O presidente da Orit, Vitor Baez, falou do processo de unificação das centrais sindicais que está acontecendo no mundo e nas Américas, o que é importante para a criação de um novo internacionalismo sindical, o que levará a reformas também de muitas entidades nacionais e internacionais. “Isso é necessário para que o movimento internacional reflita os desejos dos trabalhadores nos países desenvolvidos e em desenvolvimento”, afirma.

 

O bancário do Santander e deputado estadual por São Paulo, Cido Sério, lembrou do tempo em que era funcionário do Banespa e que havia o discurso do internacionalismo, mas a prática era centrada no dia a dia aqui no país. “Depois, pela contingência da compra do Banespa pelo Santander, isso nos fez ver na prática que o movimento bancário tem de ser internacional”. Ele falou também da atuação na Assembléia Legislativa em que foi aprovado o envio de correspondência ao Santander questionando a compra do ABN Real e solicitando a manutenção dos empregos.

 

O diretor de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Ricardo Jacques, falou da importância da terceira reunião conjunta das redes sindicais dos bancos internacionais e que esse movimento que começou com 4 empresas hoje já atinge oito bancos é que é importante para unificar a estrutura sindical. “Esse é um caminho que não tem volta e precisa ser fortalecido”, afirma.

 

Manoel Rodrigues Aporta, da Comissiones Obreras, da Espanha, lembrou que a função dos sindicalistas é todo dia defender e resolver problemas dos trabalhadores, mas que é necessário de vez em quando parar para eventos importantes como essa reunião conjunta. “Com as redes, os sindicatos estão mudando a forma de enfrentar oito bancos em diferentes países, essa é a rede sindical mais importante do mundo. Os próprios bancos estão nos mostrando que o caminho para a solução dos problemas dos trabalhadores é internacional”.

 

A diretora executiva da Contraf/CUT e presidenta da UNI Américas Mulheres, Neide Fonseca, lembrou que no contexto de globalização as questões de emprego e condições de trabalho, além de assumir contornos muito complexos, representam um grande desafio para o movimento sindical, exigindo que se pense um conjunto de estratégias internacional. “Por isso a importância dessa reunião das redes sindicais, que ao longo do tempo tem demonstrado a capacidade de enfrentar esses desafios”, diz.

 

Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e do Comitê Mundial da UNI Finanças, também destacou a ousadia de construção da rede sindical de bancos internacionais, que agora vem se consolidando. “Antes, cada um cuidava do seu banco e não tinha dimensão do que viria a se tornar o sistema financeiro internacional. Hoje temos de estar atentos a toda essa movimentação, tanto dos bancos que vieram para a América Latina quanto os daqui que estão comprando empresas em outros países. Os problemas nos bancos brasileiros são os mesmos do mundo inteiro. Se pensarmos só nos problemas daqui nada será resolvido”, afirma. Ele lembrou também que nas fusões e aquisições só os banqueiros ganham, em detrimento dos bancários e dos clientes.

 

O presidente da Contec, Lourenço do Prado, destacou a necessidade de união entre os diversos países e categorias. “Se ficarmos isolados, olhando para o próprio umbigo, sem a participação de outros países, a vitória se torna muito mais difícil”, diz. Já o secretário de Relações Internacionais da CUT, João Felício, destacou o momento político propício vivido na América Latina. “Com todas as divergências que os sindicatos têm com os governos, com cada um executando seu papel, estamos numa fase atípica, com vitórias de governos progressistas em vários países”. Ele lembrou ainda a preocupação internacional que vem desde a criação da CUT e que hoje tornou-se um projeto concreto, mas que no Brasil ainda persiste o desafio de fazer acordos nacionais para todas as categorias, como hoje têm apenas os bancários e os petroleiros. “O sonho é chegar a ações mundiais para enfrentar as multinacionais”, afirmou.

 

Contraf-CUT

 

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