21 de Março de 2024 às 11:56
Movimento Sindical
Os sindicatos da base da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) fizeram manifestações nesta quarta, 20 de março, em frente às agências do Itaú, do Bradesco e do Santander para denunciar as demissões, fechamento de agências, reestruturação imposta unilateralmente que prejudica os funcionários e outras irregularidades que os bancos privados vêm cometendo, como as más condições de trabalho, assédio moral e adoecimento.
Os dirigentes sindicais entraram nas agências para conversar com os bancários e distribuir boletim específico elaborado pela Fetec-CUT/CN denunciando essas práticas abusivas dos três bancos privados que prejudicam tanto os funcionários quanto os clientes e a sociedade.
“Os bancos estão jogando a população para o sistema virtual, para que você mesmo seja um agente do banco, com isso, o cliente acaba fazendo todas as transações e não tendo ninguém para ajudar ou atender presencialmente dentro das agências”, alerta a presidente Neide Rodrigues, presidenta do Sindicato de Campo Grande e diretora de Bancos Privados da Fetec-CUT/CN.
Os bancários que permanecem nos bancos sofrem com a sobrecarga de trabalho, por conta do modelo de gestão baseado na cobrança de metas abusivas e inatingíveis. O resultado é o adoecimento físico e mental cada vez maior na categoria.
“Os bancários estão adoecendo por conta dessas metas impostas pelo sistema financeiro. Não somos contra as metas. Somos contra a forma que são impostas de maneira abusiva, adoecendo os bancários. Por isso, estamos aqui fazendo esse alerta e conscientização. Muitos não percebem que estão doentes e, quando entendem a situação da sua saúde, o banco acaba demitindo. Por isso, o alerta é: se eu não estou bem comigo mesmo, que eu me trate antes de adoecer”, acrescenta Neide Rodrigues.
Para Sandro Mattos, diretor do Sindicato do Pará e representante da Fetec-CUT/CN na Comissão de Organização dos Empregados (COE), “os atos organizados pela Federação foram excelentes. Cada sindicato participou da sua forma, com força e organização. Vamos repetir essas manifestações se os bancos não mudarem sua postura”.
“Esta atividade é também para mostrar a nossa indignação com a reestruturação imposta pelo Santander (que teve um lucro de R$ 9,383 bilhões no ano passado), sem nenhum debate prévio, o que tem deixado os funcionários assustados e preocupados”, criticou Eliza Espíndola, diretora do Sindicato de Brasília e representante da Fetec-CUT/CN na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.
Essa reformulação tirou os gerentes PJ da agência. “Eles foram transferidos para atuar em home office e são obrigados a fazer seis visitas aos clientes por dia, num raio de até 5km de distância da sua casa, sem estrutura e correndo os riscos de segurança. Já os gerentes de negócios que permanecem nas agências estão sobrecarregados, com acúmulo de trabalho em várias funções. E os Van Gogh foram para a plataforma e estão atendendo por telefone, o que tem sido motivo de reclamações por parte dos clientes”, esclarece Eliza.
A necessidade de alertar o que vem acontecendo no Santander com relação ao bancário “genérico” foi endossada pelo diretor da Fetec-CUT/CN José Garcia. “Hoje, o banco demite o funcionário e o contrata por uma outra empresa para fazer o mesmo serviço de bancário, porém escapando do que prevê a nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Precisamos frear essa manobra, para que outros bancos não a copiem. Mas o Sindicato está sempre na luta e de olho nessas irregularidades”, avisa o dirigente.
No Bradesco, a situação não é diferente dos demais bancos privados. “O Bradesco tem uma clientela diferente dos outros bancos, ele atende muitos aposentados que não sabem mexer em aplicativo e precisam vir até a agência para realizar suas atividades, além das e diversas folhas de pagamentos de empresas públicas e privadas. Com isso, sobrecarrega o funcionário que permanece na agência”, afirma o secretário de Finanças do Sindicato de Campo Grande e representante da Fetec-CUT/CN na COE Bradesco, José dos Santos Brito.
Ele também denuncia que o Bradesco está terceirizando o atendimento bancário. “O Bradesco está precarizando o serviço bancário, mandando uma empresa terceirizada fazer o serviço de bancário e os funcionários, que estão nessa unidade de atendimento, não são bancários, burlando a nossa convenção coletiva. Isso mostra que o banco prioriza seus resultados bilionários. Nenhuma empresa no Brasil tem lucros tão altos como os bancos privados e públicos, em contrapartida, essas instituições estão demitindo e fechando agências”, enfatiza Brito.
Por: Fetec-CUT/CN
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