5 de Abril de 2011 às 10:50

Trabalhadores conquistam o maior percentual de reajustes desde 1996

Desde 1996, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) acompanha a negociação dos reajustes salariais das principais categorias profissionais brasileiras. No último ano, foram analisados os reajustes de 700 negociações da indústria, do comércio e dos serviços espalhados por todo o país.


Foi apurado que 96%, destas 700 negociações, conseguiram, pelo menos, repor a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE) . Esse desempenho é ligeiramente inferior ao observado em 2006 e 2007.


Contudo, chama a atenção o fato de 2010 ter registrado a maior proporção de negociações com aumento real nos salários de toda a série, sempre em comparação à inflação medida pelo INPC-IBGE. Ganhos reais para os salários dos trabalhadores foram conquistados em 89% do painel analisado.


Além da maior incidência de reajustes em percentuais superiores à inflação, no ano de 2010, também foi verificado um crescimento significativo no número de negociações com percentuais mais expressivos de aumento real. Neste ano, 106 negociações (15% do painel) apresentaram ganhos reais superiores a 3%. Ganhos superiores a 5% foram verificados em 28 negociações (4% do painel). Em 2009, 10 negociações (1,4% do painel) conquistaram ganhos reais superiores a 5% e, em 2008, apenas duas (0,3% do painel).


Vale a ressalva de que ainda é elevada a concentração de reajustes salariais próximos do índice inflacionário: aproximadamente 56% dos percentuais negociados superam a inflação em percentuais que variam de 0,01% a 2%.


Em 2010, nota-se também a queda no número de negociações com reajustes salariais insuficientes para repor a inflação e uma redução na magnitude dessas perdas inflacionárias. Aproximadamente 4% dos reajustes ficaram abaixo do INPC-IBGE. Desses, menos de 1% teve perdas superiores a 1%.


Provavelmente, a principal razão para estes resultados positivos é a retomada do crescimento econômico, observado desde meados de 2009, que superou os efeitos da crise econômica internacional no país. Nesse contexto de crescimento econômico e redução do desemprego, somados à manutenção da inflação em baixos patamares e à não menos importante liberdade para a negociação coletiva, as entidades sindicais dos trabalhadores encontraram um ambiente propício para cobrar melhora da repartição nos ganhos de produtividade das empresas.


No entanto, ainda persistem alguns riscos e desafios ao movimento sindical, como, por exemplo, o aumento das taxas inflacionárias, ou a redução do ritmo do crescimento econômico, que podem influir negativamente nas mesas de negociação em 2011.


Contudo, espera-se que a economia continue crescendo, ainda que em taxas menores, como indicam as projeções feitas por diversas instituições, e, além disso, há de se considerar a expectativa de que as taxas de desemprego continuem declinantes. Espera-se, portanto, em 2011, a manutenção desse cenário positivo. Cabe aos trabalhadores e entidades representativas continuarem lutando por melhores salários e uma melhor distribuição de renda.
Para informações mais detalhadas, acesse o balanço das negociações dos reajustes salariais em 2010, disponível no endereço eletrônico do Dieese (
www.dieese.org.br).


Fonte: Seeb RJ

Convênios saiba +

Clube de campo saiba +

Jogos/ Resultadossaiba +

Parceiros