22 de Agosto de 2007 às 12:15

Lucros exorbitantes dos bancos não diminuem as demissões

(Fortaleza) Os balanços dos principais bancos privados divulgados nos últimos dias mostraram lucros volumosos, que chegam a ser estarrecedores se comparados aos ganhos dos bancários e tantos outros setores da economia. Os grandes conglomerados bancários expõem resultados exuberantes, que chegam a ser indecentes.

Lucro do Itaú bate recorde do Bradesco no primeiro semestre e mostra resultado de R$ 4,016 bilhões, muito acima também dos R$ 2,958 bilhões que obteve no mesmo período de 2006. É o novo recorde de lucro entre os bancos privados brasileiros, o maior obtido por um banco privado brasileiro nos últimos 20 anos.

Já o espantoso lucro divulgado pelo Bradesco foi de R$ 4,007 bilhões. O lucro divulgado do Unibanco foi de R$ 1,422 bilhão nos primeiros seis meses de 2007. O crescimento em relação ao mesmo período do ano passado foi de 33%.

No Ceará
O Unibanco - numa atitude que parece e muito com a de um banco - este ano promoveu uma onda de demissões pelo País. Os bancários ficaram assustados com o facão, que ceifou dezenas de empregos em São Paulo e em várias partes do Brasil. No Ceará, as demissões no Unibanco chegaram a cinco até julho deste ano, entre eles 60% tinham idade entre 31 e 35 anos de idade. As justificativas dadas pelo banco para as demissões passam por palavras vazias como "oxigenação e reestruturação".

O Bradesco continua sendo o campeão de demissões. Conforme a Estatística do Sindicato, até julho no Ceará foram demitidos 70 funcionários do Bradesco. Desses, 41,4% tinham entre 20 e 25 anos de serviços no banco. Em vez de buscar uma forma de reconhecimento aos funcionários que dedicaram anos de sua vida ao banco, a direção do Bradesco optou por humilhar esses trabalhadores. De acordo com denúncia feita ao Sindicato, bancários que estão próximos de completar o tempo para aposentadoria integral vêm sendo demitidos sem nenhum respeito.

O Sindicato dos Bancários do Ceará cobra respeito dos bancos privados com os trabalhadores. Quando os funcionários mais precisam de reconhecimento pelos serviços prestados, os bancos viram as costas e ainda humilham as pessoas que ajudaram a construir o que hoje é sistema bancário brasileiro.

Estatística
Ainda conforme a Estatística do Sindicato dos Bancários do Ceará as demissões este ano foram 70 no Bradesco; 18 no ABN Real; 3 no BIC; 2 no BMC; 14 no HSBC, 7 no Itaú; 4 no Rural; 3 no Safra; 8 no Santander; 5 no Sudameris; e 5 no Unibanco.

Fonte: Lucia Estrela - Sindicato dos Bancários do Ceará

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