24 de Março de 2017 às 09:24

Bancários discutem propostas para melhorar segurança nas agências de MS

Segurança Pública

O número de arrombamentos a caixas eletrônicos em Mato Grosso do Sul aumentou 72,7% no ano passado. Foram 11 registros em 2015, e 19 em 2016. Os dados foram apresentados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores de Segurança Privada (Contrasp) durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (23).

A discussão sobre “A Segurança Bancária” reuniu diretores dos sindicatos dos bancários e dos vigilantes, representantes da Polícia Federal, Polícia Civil e Exército. Na ocasião, foram exibidas imagens dos estragos provocados pela explosão de caixas eletrônicos que ficavam dentro de uma agência bancária no município de Pedro Gomes. O ataque aconteceu em novembro do ano passado.

A agência bancária de Sonora também foi alvo de criminosos e, até hoje, os dois municípios estão sem o serviço. A população precisa se deslocar até Coxim ou até mesmo para o estado vizinho, Mato Grosso, em busca de atendimento bancário.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região, Edvaldo Barros, essa situação prejudica o desempenho e a saúde do funcionário. “Além das metas abusivas, tem mais esse item, a insegurança, que acaba pressionando o trabalhador e gera instabilidade emocional”. Em maio do ano passado, quando criminosos entraram na agência do Banco do Brasil, em Campo Grande, foi preciso a intervenção do sindicato. “Se não fosse a interferência do sindicato, os funcionários iam continuar trabalhando. Apesar de não ter feridos, o assalto causou uma comoção muito grande dentro do estabelecimento e era preciso interromper as atividades. Então, até essa sensibilidade falta na direção dos bancos”.

 

Os presidentes de sindicatos dos bancários Edvaldo Barros (Campo Grande) e Ronaldo Ferreira Ramos (Dourados)

O presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, Ronaldo Ferreira Ramos, afirmou que a segurança nas agências e correspondentes é precária. “Temos dificuldades, por exemplo, em alguns bancos que não tem porta giratória, faltam vigilantes em cooperativas de crédito. E hoje o sistema financeiro ampliou. Têm lotéricas e correspondentes bancários que oferecem o mesmo serviço do banco, mas não tem segurança”, ressalta.

De acordo com o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, a falta de segurança nas agências bancárias é uma realidade que se repete em todo o país. “O trabalhador fica em uma posição desfavorável, algumas vezes sofre violência física. São vidas colocadas em risco. O uso de explosivos provoca a destruição completa de prédios onde funcionam as agências e o medo é que isso aconteça em horário de funcionamento”, alerta Roberto von der Osten.

  

Presidentes da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, e o representante da FETEC-CN do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Sandro Soares de Mattos 

Segurança Pública

Outro ponto levantado durante a audiência pública é com relação a necessidade de investimentos na Segurança Pública. As ações de criminosos ocorrem com mais frequência em cidades do interior do Estado por causa do efetivo reduzido de policiais militares e civis, e ainda existe a diferença no uso de armas.

Legislação defasada

As regras de segurança que devem ser aplicadas nas agências bancárias estão previstas na lei 7.102/83. A fiscalização é feita pela Polícia Federal. O chefe do núcleo de operações na delegacia de segurança privada, Raimundo Nonato Ferreira, explica que existem cinco elementos determinados pela legislação, mas apenas dois devem constar obrigatoriamente no Plano de Segurança Anual da instituição financeira. (Para ler mais sobre este assunto, clique aqui)

Propostas

O representante da FETEC-CN do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Sandro Soares de Mattos, apresentou propostas para melhorar a segurança nos bancos, entre elas, estão: a instalação de portas giratórias com detectores de metal (PGDM) antes do autoatendimento, para que a áreas dos caixas eletrônicos fique protegida; a instalação de câmeras internas e externas de monitoramento em tempo real; vidros blindados nas fachadas externas; biombos entre a fila e os caixas; fim da guarda das chaves pelos bancários; mais de dois vigilantes por agência; entre outras medidas.

O presidente da Federação Interestadual dos Vigilantes, Celso Adriano Gomes da Rocha, defendeu ainda a vigilância 24 horas nas agências.

Comissão

Uma comissão com representantes dos bancários, vigilantes, Polícia Federal e Polícia Civil foi criada para análise das propostas apresentadas durante a audiência pública. Essa avaliação resultará na elaboração de um novo projeto de lei sobre segurança bancária. O deputado estadual João Grandão, que propôs a audiência pública, garantiu celeridade nos procedimentos. “Queremos fazer isso o mais rápido possível. Em 30 dias, devo apresentar o novo projeto de lei”, informou o deputado.

Por: Adriana Queiroz/Martins e Santos Comunicação

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