1 de Agosto de 2011 às 10:07

Bancários aprovam 5% de aumento real mais a recomposição da inflação

Bancários aprovam 5% de aumento real mais a recomposição da inflação

A 13ª Conferência Nacional dos Bancários terminou na tarde deste domingo, dia 31, em São Paulo, e aprovou a minuta de reivindicações da categoria para a campanha salarial 2011. Os bancários aprovaram aumento real de 5% mais a recomposição da inflação do ano, que totalizará um índice de, aproximadamente, 12,8%. O índice total dependerá da variação inflacionária, calculada a partir do INPC até a data-base da categoria (1º de setembro). Este índice vale para todas as verbas salariais. A categoria defende também um tíquete-refeição e um auxílio-alimentação no valor de um Salário-mínimo (R$545).

 

PLR

A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) defendida é de três salários mais uma verba fixa de R$4.500. A categoria defende também o piso salarial a partir do salário-mínimo calculado pelo Dieese, que hoje é de cerca de R$ 2.297.

 

“O aumento real é uma conquista histórica da qual não abrimos mão. Já a recomposição da inflação é uma obrigação dos patrões. Ambos são fundamentais para recuperação do poder de compra da categoria. Vamos construir uma ampla mobilização nacional para conquistarmos um acordo coletivo justo”, disse o presidente do Sindicato Almir Aguiar.

 

 

Proposta de mídia

Durante a Plenária final, o secretário de Imprensa da Contraf-CUT Ademir Wiederkehr, apresentou a proposta de mídia da campanha salarial, que também é resultado de um amplo e democrático debate nacional. “Realizamos cinco reuniões com sindicalistas e profissionais de imprensa de todo o país e o que foi discutido nestes encontros foram levados para os sindicatos para definirmos esta campanha de mídia, pautada pelo mote da CUT para este ano, que a defesa do trabalho decente”, disse.

 

 

Contra a precarização do trabalho

Em relação ao emprego, a categoria vai intensificar a luta pela ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que inibe a demissão imotivada. O item considerado mais importante em relação ao emprego é o combate às terceirizações, especialmente na forma dos correspondentes bancários, criados pelos bancos para reduzir custos e aumentar os lucros e considerada uma ameaça real a própria existência da categoria . Os bancários definiram que será criada uma estratégia para dialogar com a sociedade a necessidade de universalização dos serviços bancários. “Não basta afirmar que somos contra o correspondente bancário. É preciso criar um amplo debate com a população para comprovar que o correspondente, além de precarizar o trabalho, não oferece segurança para ninguém e nem qualidade de atendimento. Temo s que mostrar as pessoas que todo cidadão tem o direito a um atendimento digno numa agência bancária”, avalia Almir.

 

 

Sistema financeiro

A Conferência aprovou a realização de uma Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro, nos moldes do que foi feito em relação à comunicação social. Para os sindicalistas, esta é a melhor forma de envolver a sociedade neste debate. Os bancários querem a democratização do Conselho Monetário Nacional (CMN), com a presença de representantes da sociedade, inclusive do movimento sindical.

 

O diretor da Contraf-CUT Miguel Pereira lembra que os bancos estaduais cumpriam o papel de garantir unidades bancárias no interior do país. “Os banqueiros alegam que criar agências em determinadas regiões mais distantes dá prejuízo, mas as instituições financeiras são concessões públicas. Os bancos precisam cumprir com sua responsabilidade social e garantir o atendimento bancário em todas as regiões do país”, disse.

 

Saúde e condições de trabalho

A Conferência aprovou também a luta pelo fim das metas abusivas e contra o assédio moral, para resguardar a saúde dos bancários e garantir melhores condições de trabalho. Foi mantido o aditivo à Convenção Coletiva que criou, em 2010, o programa de combate ao assédio moral, em acordo com a Fenaban, como parte da estratégia para por fim a pressão e a violência psicológica no trabalho.

Os quase 700 participantes da 13ª Conferência Nacional fizeram um minuto de silêncio pela morte de um bancário do Itaú Unibanco que morreu trabalhando no caixa. “A pressão e a violência psicológica sobre os bancários, em especial no Itaú, chegaram a tal nível que os funcionários estão não só adoecendo, mas também perdendo a vida”, disse a diretora do Sindicato Vera Luiza.

 

Foram aprovadas ainda três moções. Uma delas trata da luta pela garantia no emprego e pelo adicional noturno para todos os funcionários do setor de compensação dos bancos e duas referem-se ao repúdio dos bancários à retaliação dos bancos em relação aos trabalhadores sindicalistas, inclusive com demissões.

 

Igualdade de oportunidades

Os sindicalistas discutiram ainda a igualdade de oportunidades. O tema esteve presente em todos os grupos de trabalho da Conferência Nacional. Foram tratadas questões como acessibilidade, promoção da igualdade de oportunidades para todos, contratação, inclusão e capacitação de pessoas com deficiência e combate a toda a forma de discriminação, como ocorre em relação à raça e o gênero.

 

Segurança

Em relação á segurança, ficou definido como uma das prioridades a luta pela melhoria da assistência médica e psicológica aos bancários vítimas de assaltos nas agências.

 

Para o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, as discussões no grupo de trabalho foram altamente qualificadas e serviram para atualizar a pauta de reivindicações. "A falta de segurança nos bancos é um tema que os bancários têm discutido há anos. Esse problema já deveria ter sido resolvido faz tempo, se não fosse o descaso dos bancos", comenta.

 

 

A categoria também vai reivindicar que as instituições financeiras instalem mais equipamentos de prevenção contra assaltos, sequestros e extorsões. Outra preocupação dos bancários é em relação aos crimes das chamadas "saidinha de banco". Os bancários aprovam a ideia da instalação de divisórias entre os caixas, inclusive os eletrônicos, para que os saques em dinheiro sejam feitos com privacidade e, acima de tudo, mais investimentos dos bancos em equipamentos de segurança.

 

 

“É preciso garantir a segurança das pessoas, bancários e clientes, e não apenas do patrimônio físico e do dinheiro dos bancos”, ressalta o diretor do Sindicato do Rio Marcelo Rodrigues.

 

Convênios saiba +

Clube de campo saiba +

Jogos/ Resultadossaiba +

Parceiros