17 de Janeiro de 2009 às 20:30

Demissões nos bancos são intoleráveis, adverte Contraf

A Contraf/CUT considera inadmissível e uma irresponsabilidade dos bancos as demissões anunciadas pelo Santander, pelo HSBC e pelo Unibanco. O banco espanhol demitiu na quinta-feira 400 bancários dos centros administrativos do Santander e do Real; o HSBC cortou 100 postos de trabalho esta semana e o Unibanco está demitindo os trabalhadores que retornam de licença-saúde.

 

Há setores da economia que começam a ser atingidos pela crise internacional, em razão da desaceleração do crescimento provocado pela queda nas exportações de commodities e pelo enxugamento do crédito. Mesmo nesses setores, há intensa negociação envolvendo as centrais sindicais, as empresas e o governo na busca de alternativas que evitem demissões e perda de direitos por parte dos trabalhadores.

 

“Mas no sistema financeiro é um completo absurdo haver demissões. Os bancos brasileiros não sofreram nenhum impacto com a crise. Pelo contrário, continuam com os lucros astronômicos e com grande liquidez, foram beneficiados pela liberação dos compulsórios, mantêm a cobrança dos maiores juros do planeta, aumentaram os spreads e cobrem com folga a folha de pagamentos com a cobrança de tarifas”, critica Miguel Pereira, do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. “Os bancários e a sociedade brasileira não permitirão que eles ajam com tamanha ganância e irresponsabilidade em um momento grave como este”.

 

Mobilização – O Sindicato de São Paulo veiculou nesta sexta-feira 16 um anúncio nas principais emissoras de rádio da capital para denunciar as demissões do Santander e promoveu manifestações de protestos contra a atitude arbitrária do banco que acumula lucros no Brasil e em troca reforça a crise que está elevando os números do desemprego.

 

Por volta das 7h30 a calçada da matriz do banco Real, na Avenida Paulista, já era palco de mobilização e conscientização de quem passava pelo local. A população foi alertada do desserviço que o banco está prestando para a sociedade brasileira com as demissões após a fusão com o Real. Isso apesar de em outubro passado, quando da visita do presidente mundial do banco, Emilio Botin ter afirmado que o processo de integração Santander-Real não era uma reestruturação, mas um projeto de expansão e crescimento. Agora o banco anuncia as demissões. “Como pode haver crescimento com a demissão de bancários?”, questiona a diretora do sindicato paulistano, Rita Berlofa. “Isso é inadmissível, principalmente num banco com excelentes resultados no Brasil e no mundo. Os trabalhadores brasileiros querem respeito”.

 

Na hora do almoço, foi a vez do Casa 1 do Santander se transformar no palco do protesto dos bancários, que se estendeu pelo período da tarde. Além de denunciar a irresponsabilidade social do banco para quem passava na rua, o Sindicato procurou os comerciantes da região, em Santo Amaro, para mostrar como toda a sociedade será prejudicada com a dispensa dos 400 bancários. O Sindicato também se reuniu com os trabalhadores da concentração, que estão assustados e denunciaram o péssimo clima que tomou conta das dependências do Santander após as demissões.

 

Luta pela reintegração – O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, participou da mobilização e disse que a postura do Santander, ao demitir 400 trabalhadores, foi um ato de irresponsabilidade não só com a categoria bancária, mas com toda sociedade brasileira. “Nossa luta agora é para que esses trabalhadores sejam reintegrados”, afirmou. Arthur Henrique criticou, ainda, a postura da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) sobre as medidas e discussões sobre o reflexo da crise financeira. “Como a Fiesp declarou que com ou sem a CUT vai propor a redução de jornada com redução de salário, nós trabalhadores vamos continuar lutando em defesa do emprego e da renda com ou sem Fiesp”, disse o dirigente.

 

Os atos em frente à matriz do Real e do Majolão continuam. E às 11h30 começou o protesto em frente o Casa 1 do Santander, em Santo Amaro.

 

Contraf/CUT e Seeb/São Paulo
 

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