15 de Janeiro de 2013 às 09:50

Deu na Imprensa: Demissões prejudicam atendimento bancário

Emprego

Política de emprego dos bancos tem como objetivo migrar os trabalhos para outros setores do comércio


O que os bancários de todo o país, inclusive de Mato Grosso do Sul, chamam de “demissões em massa” já está prejudicando o atendimento ao cliente nas agências bancárias. A recente política de emprego dos bancos privados, com destaque para o Itaú e Santander, tem como objetivo migrar o atendimento à população para os correspondentes bancários - agências dos Correios, casas lotéricas e caixas de supermercados. Com isso, não seria necessário manter o número de funcionários que hoje são contratados pelas instituições financeiras, e os gastos com a folha de pagamento seriam minimizados.

“Isso dificulta o atendimento, compromete a qualidade dos serviços e prejudica a rotina das agências. O autoatendimento veio para trazer praticidade, otimizar algumas  operações bancárias nos fins  de semana, por exemplo. Mas para diversos serviços, a presença de uma pessoa capacitada é fundamental, e o próprio correntista faz questão disso”, defende a presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande, Iaci Terezinha Rodrigues de Azamor.

“Outra questão são os clientes da terceira idade. Muitos demonstram dificuldade, não estão familiarizados com os caixas eletrônicos, e recorrem aos funcionários”, acrescenta. De acordo com o sindicato, somente em dezembro do ano passado 160 bancários foram desligados dos bancos privados em Mato Grosso do Sul. No Brasil, o número sobe para mais de 1,2 mil - 95% destes sem justa causa. Os dados foram obtidos após as crescentes demissões chamarem a atenção da CUT (Central Única dos Trabalhadores), que recorreu ao MPT (Ministério Público do Trabalho), para que o órgão trabalhista exigisse um relatório sobre os cortes nos postos de emprego.

“O Santander, que foi o responsável pelos maiores cortes, reconhece que mandou embora muita gente que trabalhava com eles há anos e, até mesmo, estavam perto de se aposentar. Nós sabemos que isso é só para reduzir os custos e aumentar os lucros”, comenta Azamor. No relatório, o Santander alega que as demissões fazem parte de um “ajuste em sua estrutura de forma a adequá-la ao contexto competitivo da indústria”, mas a CUT acredita que as dispensas vêm ocorrendo para que o banco economize no Brasil, e amplie suas remessas à Espanha - país onde o banco teve origem e que enfrenta recessão econômica.

Além dos desligamentos na véspera do Natal, dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) apontam que no banco Itaú, entre janeiro e setembro de 2012, houve uma redução de 7.831 vagas de emprego - somente no terceiro trimestre do ano passado foram 2.090 cortes. No Santander, a CUT afirma que 288 funcionários foram desligados em 2012.

MTE fará audiência de conciliação entre CUT, Itaú e Santander.


Sindicatos de todo o país que representam a categoria adotaram uma série de providências para conter as demissões. “O corte só não foi ainda maior por causa das denúncias, protestos e mobilizações dos bancários em todo o país”, afirma Azamor.

O próximo passo da agenda das entidades sindicais é uma audiência de conciliação entre trabalhadores e os bancos. O encontro foi agendado para quarta-feira (16), e estarão presentes o ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, membros da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), e representantes do Itaú e do Santander. O Itaú liderou as reclamações registradas mensalmente no site do Banco Central contra as instituições financeiras em novembro do ano passado - em segundo lugar ficou o Santander. O Itaú fechou o último levantamento com índice 0,98 - com 223 queixas - e o Santander com 0,65, e 150 queixas. No mesmo período de 2011, Itaú e Santander apareciam na última e penúltima posição.

Fonte: O Estado de MS - 14 de janeiro de 2013

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