8 de Outubro de 2007 às 11:14

Febraban e governo não se entendem sobre mudanças no sistema bancário

O governo federal e os bancos andam batendo cabeça por conta da concorrência planejada pela União no que tange as tarifas bancárias. Em reunião na última semana, representantes da Federação Brasileira dos Bancos e do Ministério da Fazenda não chegaram a um acordo sobre um possível tabelamento. O presidente da Febraban, Fábio Barbosa, disse ainda que tal controle sobre as tarifas “ameaça a expansão do crédito no País”.

 

A discussão envolve um setor que, hoje, é uma das maiores minas de ouro do setor bancário: apenas com tarifas, os bancos lucraram R$ 23,286 bilhões no primeiro semestre. A Faculdade de Informática e Administração Paulista realizou estudos que indicam que as tarifas cobrem 123% das despesas com a folha de pagamento dos bancos. Quando o Plano Real foi implantado, nos anos 90, os serviços ficavam em 40% da folha.

 

O ministro Guido Mantega disse, ainda, que o governo vai trabalhar pela portabilidade das dívidas, o que permitiria, por exemplo, que um cliente levasse seu financiamento imobiliário para outro banco que oferecesse um juro menor. Os bancos exigem ressarcimento, pois alegam terem captado recursos com um custo proporcional à receita futura, que deixaria de ter se o cliente mudar de operador.

 

O advogado Jairo Saddi, professor do Ibmec/SP, afirmou que o debate segue para um caminho equivocado, pois envolve duas áreas de naturezas distintas. “O crédito é precificado por meio de juros, e leva em conta o risco de inadimplência. Se o risco é alto, o juro é maior. Já a tarifa é cobrada por um serviço, que resolve um problema do cliente. É temerária a afirmação do presidente da Febraban”, disse.

 

A negociação sobre a venda do ABN, que no Real deve ser absorvido pelo Santander, dá um tempero a mais na discussão. Saddi afirma que a compra feita pelos espanhóis “não afeta a concorrência, mas as práticas do sistema, sim. A concorrência acaba quando diminui a escolha do cliente. Se você for mal atendido em um restaurante, nunca mais volta. Com banco é diferente, dá muito trabalho mudar. Discutir a portabilidade e a mobilidade bancária fará toda a diferença”, apontou.

 

Secretaria de Imprensa e Comunicação, com informações da Folha Online


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