6 de Junho de 2011 às 12:01

Sindicalista denuncia discriminação nos bancos em audiência no Senado

O presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Almir Aguiar, representou a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT) em uma audiência pública no Senado Federal, na última segunda-feira, dia 30. No encontro, mediado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa,  foi debatida a discriminação racial e medidas de combate ao racismo.


Aguiar denunciou o racismo no mercado de trabalho e criticou a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) por não mostrar interesse em debater o assunto. “A categoria prioriza uma solução negociada. Os banqueiros já até admitem o problema, mas se negam a discutir questões relacionadas à igualdade de oportunidades”, disse.

 
Compareceram também à audiência o diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, Eduardo Araújo, e o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo Júlio Cesar Silva Santos.


Os números do racismo

Os bancários apresentaram números do Mapa da Diversidade que confirmam o racismo nos bancos: dos cerca de 450 mil trabalhadores bancários no Brasil, apenas 19% são da raça negra. Nos demais setores econômicos a média é de 35,7%. As negras sofrem dupla discriminação nos bancos, de gênero e raça, e representam hoje 8% da categoria. O problema ocorre também em relação aos salários: negros ganham 64,2% do salário médio dos brancos. Além disso, a cor ainda é levada em conta para a ascensão profissional. Apenas 4,8% dos cargos de diretoria ou superintendência são ocupados por pessoas negras. O Sindicato e a Contraf-CUT defendem a criação de um processo público e transparente para a seleção e ascensão profissional dos bancários.


Uma história de lutas

Em 2000, a categoria conseguiu incluir na Convenção Coletiva o item Igualdade de Oportunidades. Em 2001, os bancários encomendaram uma pesquisa ao Dieese, primeiro estudo oficial sobre a categoria, e em 2005 o Ministério Público do Trabalho entrou com ações na Justiça contra os bancos porque eles se negavam a fechar o acordo que estabelecia prazos e metas para eliminar as desigualdades nos locais de trabalho. Em 2008 e 2009, a Fenaban realizou, com a participação da Contraf-CUT, o Mapa da Diversidade, estudo que confirma a discriminação nos bancos. Em 2009, os bancários conquistaram a ampliação da licença-maternidade e a isonomia de direitos para os homoafetivos, vitórias que passaram a ser referência para toda a classe trabalhadora.

Fonte: Seeb RJ

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