30 de Agosto de 2020 às 20:00

Bancários participam da plenária do SEEBCG-MS sobre proposta dos bancos

Campanha Nacional 2020

Na tarde deste domingo (30), os bancários participaram da plenária virtual realizada pelo Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região (SEEBCG-MS), com o objetivo de debater as propostas dos bancos e esclarecer as dúvidas da categoria.

A reunião contou com a participação da presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, dos coordenadores Fabiana Uehara (Comissão Executiva dos Empregados da Caixa) e João Fukunaga (Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil), da presidente do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues, e os diretores Rubens Jorge Alencar e Everton Espindola. 

A proposta final dos bancos, na mesa única, é de reajuste de 1,5% este ano, mais um abono de R$ 2 mil; e para 2021, reajuste da inflação e ganho real de 0,5% nos salários, PLR, vales e auxílios. Todos os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) foram garantidos, assim como os moldes atuais da PLR.

“A orientação do Comando Nacional é de aprovação da proposta. Quem decide é a categoria, são os bancários que votam, e é importante dizer que nós temos muita responsabilidade com os trabalhadores quando damos essa orientação. Nós tivemos mais de 14 rodadas de negociação com a Fenaban e não foi fácil chegar até essa proposta. Tivemos reuniões virtuais de até 24 horas e a gente conseguiu avançar, vamos ter ganho real em 2021, garantimos a manutenção dos nossos direitos”, avaliou a presidente do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues.

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, falou dos desafios das negociações com os bancos como a pandemia; a conjuntura nacional em que trabalhadores de estatais como Correios e Petrobras estão perdendo direitos; e a tentativa constante dos bancos durante as negociações de retirar direitos conquistados pela categoria ao longo de décadas de luta.

“A gente tentou, primeiro, garantir todos os direitos e, nessa proposta, todos os direitos estão garantidos e, segundo, ter o reajuste. Porque os bancos queriam impor reajuste zero, o que seria uma derrota para a categoria. Foi exatamente essa unidade, essa nossa organização que conquistou isso que a gente está levando para as assembleias agora e acredito que estamos fazendo um bom acordo diante da conjuntura”, ressaltou.

O Comando Nacional conseguiu ainda garantir todos os direitos para quem está em regime de teletrabalho. Contudo, questões específicas, como ajuda de custo e controle de jornada, seguem em discussão e alguns bancos, como Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, se comprometeram a avaliar as reinvindicações da categoria posteriormente.

A presidente da Contraf-CUT também destacou a participação do SEEBCG-MS durante as negociações. “A mesa é composta por 39 pessoas e Campo Grande está sempre atuante, sempre presente em todas as reuniões, isso nos dá um apoio muito grande. A unidade do Comando fortalece a mesa de negociação”, afirmou Juvandia Moreira.

Na plenária, os bancários apresentaram questionamentos sobre a proposta apresentada pela Fenaban e sobre as mesas específicas do Banco do Brasil e da Caixa. 

Caixa

Durante a plenária virtual, a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Fabiana Uehara, apresentou detalhes da proposta da Caixa após 7 rodadas de negociação com a direção do banco.

“A gente fez muito diálogo, muito debate, muita cobrança porque desde o início a Caixa não estava garantindo nada com relação à nossa pauta de reivindicação, nem a manutenção dos nossos direitos, e a nossa preocupação era o Saúde Caixa e a PLR Social”, relatou a coordenadora do CEE/Caixa.

Também foram debatidas questões relacionadas à pandemia, como a preservação da saúde dos bancários, cobrança de metas nesse período, fim do trabalho aos finais de semana e home office.

Fabiana Uehara lembrou ainda que, durante as negociações, a CEE/Caixa rejeitou propostas do banco para o Saúde Caixa porque eram propostas que oneravam muito os bancários. Pela proposta que será votada na assembleia o Saúde Caixa, mantém a proporção 70/30 e também:

- Mensalidades: 3,5% por titular; 0,4% por dependente, com teto máximo de 4,3% por grupo familiar;

- Coparticipação: 30% por procedimento, com teto de R$ 3.600 por grupo familiar. Para tratamentos de alto risco e oncológicos (câncer) não será cobrada coparticipação. Atendimento em pronto socorro tem taxa fixada em R$ 75,00;

- Manutenção e fortalecimento do GT Saúde Caixa (Grupo de Trabalho Saúde Caixa) para debater novo modelo para o plano, que só poderá ser implementado se houver consenso;

- Inclusão de novos empregados no plano, inclusive dos PCDs que ingressaram após 2018;

- Garantia da não aplicação até 2022 do teto de 6,5% da folha para despesas do banco com o Saúde Caixa;

A proposta da Caixa também garante todos os direitos previstos no Acordo Coletivo de Trabalho, além da PLR e a PLR Social para os empregados do banco.

“No momento em que os trabalhadores estão de perda de direitos, considero que a gente manter o que está no acordo coletivo é uma vitória. Claro que é sempre melhor se a gente pudesse avançar, mas esse é o acordo que foi possível considerando esse cenário. Pedimos para que os bancários votem com consciência porque nós entendemos que esse é o máximo que conseguimos extrair da Caixa nesse momento, mas a assembleia é soberana e os sindicatos vão atender o que for votado. A orientação da Comissão é a gente aceitar essa proposta”, avaliou Fabiana Uehara.

Banco do Brasil

O coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, destacou a desistência do banco de reduzir o ciclo avaliatório da GDP (Gestão de Desempenho Profissional) para descomissonamento.

“Abrir mão das três avaliações nesse momento seria a mesma coisa que condenar várias pessoas ao descomissionamento, à perda salarial, ao impacto psicológico que isso representa, ao impacto psicológico na própria família, é uma redução de recursos que impacta pai, mãe, filho, impacta toda a família. Conseguimos impedir essa proposta de retirada de direito do Banco do Brasil”, explicou João Fukunaga.

O coordenador da CEEB lembrou ainda que há um acordo com o banco para que não haja descomissionamento até o final deste ano por conta da pandemia.

Outra conquista da categoria foi impedir o Banco do Brasil de cortar pela metade a Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR), mantendo o percentual de distribuição de 4% do lucro líquido da PLR linear paga pelo programa próprio do banco.

Também houve avanço sobre o registro no sistema do intervalo de 15 ou 30 minutos para quem cumpre jornada de seis horas. O intervalo de 15 minutos continua da forma como está. O intervalo a partir de 30 minutos deverão ser registrados em ponto eletrônico.

Em relação às faltas abonadas, a CEBB conseguiu criar uma regra de transição. Os abonos até 31 de agosto de 2020 permanecem na regra atual, podem ser vendidos, utilizados ou acumulados. Os abonos adquiridos a partir de 1º de setembro de 2020 deverão ser utilizados até 31 de agosto de 2021, podendo ser vendidos, utilizados ou acumulados. Caso o trabalhador não utilize ou venda dentro desse período, será convertido automaticamente em espécie.

Os abonos adquiridos de 1º de setembro de 2021 a 31 de agosto de 2022 não poderão ser vendidos, nem acumulados. Caso o trabalhador não utilize, não poderão ser convertidos em espécie e deverão ser somados ao período de férias.

A CEBB, que representa os trabalhadores nas negociações junto ao banco, indica a aprovação da proposta.

“Dentro dessa conjuntura que enfrentamos, entendemos que houve avanço e garantia de direitos. Conseguimos manter nossos direitos inclusive com uma vigência bianual. Quem reclama do acordo de 2 anos, tem que avaliar, porque outras categorias estão perdendo direitos”, esclareceu João Fukunaga.

Assembleia virtual

A assembleia virtual para avaliar e votar as propostas dos bancos começou neste domingo (30), às 19h (horário de MS) e fica aberta até às 22h59 (horário de MS) da segunda-feira (31).

Clique aqui para saber como votar

Por: Adriana Queiroz/Assessoria de Comunicação do SEEBCG-MS

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