18 de Agosto de 2020 às 08:17
Campanha Nacional
Depois de apresentar uma proposta para redução do período de avaliação para retirada de comissão de função, com o consequente rebaixamento de salários, na reunião desta segunda-feira (17) com a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), o banco trouxe mais quatro propostas que podem trazer prejuízos aos funcionários: a proibição da acumulação e venda dos cinco dias de folga a que o funcionário tem direito a cada ano; o fim do descanso de 10 minutos a cada hora para os funcionários do autoatendimento; o registro de ponto do intervalo de 30 minutos para almoço; e a implantação do ponto eletrônico para os funcionários do BB Seguridade, BBDTVM e outras subsidiárias do banco.
“O banco está nos trazendo a pauta do governo Bolsonaro, que quer rebaixar salários e reduzir direitos de todos os trabalhadores de empresas estatais, inclusive dos bancos públicos”, avaliou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Se nas cláusulas sociais está deste jeito, podemos esperar algo ainda pior das negociações das cláusulas econômicas, na mesa única de negociações com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos)”, completou.
Assim como já havia acontecido quando da revogação do uso do código 478 (em casa à disposição do banco) para abonar as horas e dias afastados, o comunicado para dizer que os funcionários que coabitam com pessoas de grupos de risco causou outra confusão de entendimento. Gestores entenderam o comunicado como sendo uma ordem de retorno ao trabalho dos coabitantes.
O banco não entende que os protocolos são insuficientes, mas admite que gestores podem estar entendendo os comunicados de maneira equivocada. O banco explicou que o home office continua sendo uma ferramenta a ser utilizada na pandemia e não existe determinação para retorno em massa das pessoas que estão dispensados do comparecimento ao trabalho por coabitarem com pessoas de grupos de risco.
O banco disse que vai analisar como ficará a situação das mães com filhos em idade escolar e também vai convocar uma reunião com as gerências regionais de pessoas (Gepes) e outros departamentos para reforçar as orientações dos protocolos de prevenção à Covid-19 e de gestão administrativa.
A representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi/MG), Luciana Bagno, questionou sobre o custo de exames periódicos de saúde (EPS) em virtude da perda de validade da Medida Provisória 927/2020, que suspendia a exigência dos exames ocupacionais.
“Com o fim da MP 927, os exames ocupacionais voltaram a ser exigidos. Só que os exames complementares terão caráter voluntário, não sendo obrigatória a apresentação dos resultados para a emissão do Atestado de Saúde Ocupacional. Ocorre que, quando se tratam de exames periódicos de saúde, o custo não é da Cassi, e sim do banco, que tem que disponibilizar para o funcionário a guia para a realização desses exames, o que ainda não está disponível”, explicou a dirigente sindical da Fetrafi/MG.
O BB disse que os exames complementares poderão ser feitos através do EPS e que o formulário estará disponível assim que for definida a data para início dos exames periódicos.
“É bom destacar que, quando se tratam de exames periódicos de saúde, o custo não é da Cassi, e sim do banco, portanto, sem o custo da co-participação para o funcionário”, concluiu Luciana.
O coordenador na CEBB ressaltou a importância da mobilização e participação da categoria nas ações para pressionar os bancos. “Os bancários têm a consciência de que precisam participar das atividades para pressionar os bancos. O que eles talvez ainda não tenham se dado conta é que, neste ano, as atividades não são presenciais, não estão relacionadas ao fechamento de agências e departamentos. A luta vai ser toda por meio da atuação nas redes sociais”, ressaltou. “Os bancários precisam atuar, nem que seja por meio de um perfil secundário, para conseguirem manter seus direitos, seu emprego e sua renda”, disse.
Fukunaga disse que a CEBB vai se reunir, mais uma vez para avaliar as formas de mobilizar os funcionários para lutar contra as propostas que retiram direitos dos trabalhadores.
Fonte: Contraf-CUT
Link: https://seebcgms.org.br/campanha-nacional-2020/banco-do-brasil-traz-mais-propostas-para-retirada-de-direitos/