27 de Agosto de 2020 às 08:01
Campanha Nacional
Na mesa de negociação desta quarta-feira 26, os bancos voltaram atrás e mantiveram a regra atual da PLR. Mas continuam oferecendo reajuste zero para a categoria este ano, com abono de R$ 1.656,22. Para 2021, propõem apenas a reposição da inflação (INPC) de forma parcelada: 70% em 1º de setembro e os 30% restantes em março de 2022. Uma nova negociação ocorrerá nesta quinta-feira 27, às 14h (horário de Brasília).
Os bancos recuaram em mexer na regra da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e ficou mantida a parcela adicional que é de 2,2% do lucro líquido sem alterar a regra.
“Até agora, as propostas da Fenaban têm tido uma repercussão muito ruim para a categoria. As assembleias feitas nesta terça-feira (26) foram muito grandes em várias cidades. Temos assembleias nesta quinta, os bancos têm até à noite pra colocar uma proposta decente de reajuste. Não vamos defender uma proposta com reajuste zero. A categoria tem consciência dos lucros que os bancos tiveram e também sabem o esforço que tiveram e sacrifícios para trabalhar durante essa pandemia”, avaliou a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando Nacional, Juvandia Moreira.
A questão da saúde e condições de trabalho ainda deverão ser discutidas entre o Comando e a Fenaban. Houve concordância em negociar o teletrabalho, mas ainda não foi finalizada a questão da jornada, dos móveis e dos valores. O Comando espera que a Fenaban sinalize no ressarcimento de custo de internet e com equipamentos.
O Comando Nacional criticou a postura da Fenaban de insistir no reajuste zero para este ano e o parcelamento do INPC para 2021. Foi decidida uma nova negociação para a tarde desta quinta-feira (27), antes das assembleias nos sindicatos. “As assembleias nesta quinta-feira, 27 de agosto, serão decisivas para o movimento. Esperamos que na negociação desta quinta a gente avance porque sem reajuste os bancos vão jogar os bancários pra greve”, afirmou Juvandia.
O reajuste zero significa uma perda real de -2,66% nos salários dos bancários. E o abono de R$ 1.656,22 corresponde à metade do que seria necessário para recompor, pela inflação de 2,74%, a remuneração anual do salário médio da categoria. Com este abono proposto, 74% da categoria teria perdas anuais em comparação ao reajuste pela inflação.
Outro ponto a ser levado em consideração é que a proposta econômica de reajuste zero para salários significa também reajuste zero para demais verbas como VA e VR. E a inflação de alimentos dos últimos 12 meses foi de 8,3%. Significa também reajuste zero nos valores fixos e tetos da PLR.
Por: Contraf-CUT (com informações SPBancários)
Link: https://seebcgms.org.br/campanha-nacional-2020/bancos-recuam-em-rebaixar-plr-mas-mantem-reajuste-zero/