Campanha Nacional 2020

Os representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentaram ao Comando Nacional d@s Bancári@s, nesta sexta-feira (21), a proposta de reajuste salarial zero, sem aumento real e sem correção da inflação. Haverá mais uma rodada de negociação neste final de semana e, devido às propostas de retirada de direito a categoria, inicia neste sábado um calendário de mobilizações que vai até terça-feira (25) com a realização de assembleias pelos sindicatos. Não está descartada a possibilidade de uma greve.

Na nona rodada de negociação, os bancos finalmente deram sua resposta às reivindicações d@s bancári@s: zero de reajuste real e nenhuma correção das perdas da inflação, o que impõe uma perda de 2,65% nos salários.

“O sentimento é de indignação total do Comando Nacional pela falta de respeito que os bancos têm tratado essa negociação porque até agora só recebemos propostas de retirada de direitos. Um setor que tanto lucra, um setor que não tem prejuízo. Nós não vamos aceitar nenhuma retirada de direitos e nem tão pouco aceitar um reajuste zero”, relatou Neide Rodrigues, presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região (SEEBCG-MS), que integra o Comando Nacional.

“É completamente inaceitável essa proposta. Quase 70% das categorias esse ano fecharam acordos que tiveram aumento real ou reposição da inflação. Estamos falando do setor que mais lucra no país e que não quer dar aumento, além de não garantir os empregos. Querem retirar direitos, como a redução de até 48% da PLR, diminuir a gratificação de função e acabar com a 13ª cesta de alimentos”, criticou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando Nacional.

Os bancários rejeitaram a nova proposta da Fenaban de reajuste zero, mas vão voltar à mesa de negociação com os representantes dos bancos neste sábado (22), às 11h. A expectativa é que a Fenaban retorne à negociação com propostas diferentes. “Os bancos precisam modificar suas propostas porque as negociações esta semana foram por um caminho muito ruim, porque não dão alternativas para a categoria”, afirmou Juvandia.

Neide Rodrigues lembra que a categoria precisa de uma resposta urgente em razão da ultratividade, com o acordo coletivo válido até 31 de agosto. “A gente espera que amanhã a Fenaban apresente uma proposta decente, caso contrário, a gente encerra a mesa de negociação e vamos convocar a categoria para o enfrentamento. O momento é de união da categoria, estamos vivendo um momento diferente, os bancários estão trabalhando com muita pressão, cumprindo todas as metas. Mesmo com a pandemia, os bancos não deixaram de cobrar as metas, portanto, têm lucros. Os bancários estão se empenhando e querem agora o resultado desse empenho, dessa dedicação”, destacou a presidente do sindicato.

A possibilidade de uma greve na categoria não foi descartada entre os integrantes do Comando Nacional caso os bancos insistam na retirada de direitos e no reajuste salarial zero.

Assembleias

As negociações avançaram para o final de semana para que @s bancári@s tenham uma resposta melhor da Fenaban para as assembleias marcadas para terça-feira (25). “Nossa expectativa é receber uma boa proposta, não como nos últimos dias. Os bancários não vão fechar acordo com retirada de direitos”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT.

A partir deste sábado (22) começam a acontecer atos e outras atividades da categoria contra a intransigência da Fenaban em atender às reivindicações de aumento real e da PLR, regulamentação do teletrabalho e a manutenção dos direitos já conquistados ao logo de anos de negociações entre as duas partes. Por exemplo, estão marcadas carreatas de bancári@s em Brasília e Belém. Atos e manifestação acontecem até terça-feira em outras capitais e cidades do país. Outra ação que vai ser realizada nos próximos dias é a dos tuitaços, direcionando pela rede social o protesto da categoria para os bancos.

Fonte: Contraf-CUT com acréscimo de informações